Com reforço no Corinthians, empresário sela desmanche no Figueirense

Dassler Marques

Uma jovem espinha dorsal foi o ponto forte do Figueirense no acesso conquistado na Série B de 2010. Juntos, o lateral Lucas, o zagueiro João Felipe e os atacantes Roberto Firmino e William ajudaram na condução da equipe catarinense à elite. Para a tristeza dos torcedores do clube, nenhum deles permanece em 2011.

João Felipe e Lucas, ambos 22 anos, foram para o Botafogo. Depois, Roberto Firmino, 19 anos, acabou negociado com o Hoffenheim, da Alemanha. O último do quarteto a ser vendido é Willian, 24 anos, cujos 50% dos direitos econômicos pertenciam ao empresário Eduardo Uram, mas foram comprados pelo BMG, que repassou o atacante por empréstimo ao Corinthians.

A aproximação de Uram com o Figueirense ajuda a explicar a saída dos quatro atletas promissores sem render praticamente nada aos cofres do clube nesse momento. Apontado como o empresário mais poderoso do futebol carioca, ele se tornou parceiro do time catarinense há praticamente dois anos. Foi fundamental para o acesso em 2010, mas também conseguiu bons negócios depois.

A manobra com os jovens jogadores

Eduardo Uram se tornou parceiro do Figueirense após o Campeonato Catarinense de 2009. Na ocasião, o clube estava em crise e ele se aproximou para ajudar na busca por reforços. Dono do Tombense, da segunda divisão mineira, ele costuma registrar seus jogadores nessa equipe, de onde começaram a sair vários reforços para os catarinenses.

Naquele momento, o departamento de futebol do Figueirense era terceirizado pela empresa Figueirense Participações, que recebeu de bandeja os direitos econômicos de todos os atletas que pertenciam ao clube, inclusive das categorias de base. Por divergências, a Participações foi expulsa no primeiro semestre de 2010. Eduardo Uram foi o principal beneficiado por esse rompimento.

Com dívidas junto ao clube, a Figueirense Participações precisou de recursos para poder liquidar sua situação. Na ocasião, Eduardo comprou os direitos de Lucas, Roberto Firmino e Willian, além de Maicon Talhetti, que permanece no time sem destaque. João Felipe já havia sido trazido por Uram do Mesquita-RJ. Todos foram registrados no Tombense e seguiram na Série B, conquistando o acesso, mas quatro dos cinco não permaneceram em 2011.

"Desde o acesso à primeira divisão, foi confirmado que negociaríamos esses quatro jogadores e que os esforços seriam redobrados para manter a base do time que subiu", argumentou Uram em entrevista ao Terra. Segundo ele, as transferências eram necessárias por conta do plano de carreira dos atletas.

"Cada atleta tem seu ciclo a cumprir em um clube. Se não saíssem agora, eles teriam uma queda de rendimento. Só no caso específico do Firmino, entendíamos que ele precisava de outro ambiente para seguir progredindo, já que era pressionado pela torcida e nem sempre utilizado pelo treinador", opina.

Figueirense perde quatro nomes importantes e tem lucro quase zero

Em contato com o Terra, Uram confirma que as negociações praticamente não beneficiaram os cofres do Figueirense. "O William pertencia 50% ao Atlético-PR, que vendeu sua participação. O João Felipe foi apenas uma realocação. O Firmino sim rendeu receita", conta sem especificar os valores.

Uram diz que o empresário Luiz Roberto Zini é um sócio em comum nas negociações feitas no rompimento da Figueirense Participações. Além dele, cita o empresário Paulo Roca como parceiro na compra de Lucas, e o ex-jogador Bilu na aquisição de Roberto Firmino.

A participação de Uram no clube catarinense vai muito além desses jovens. Ao todo, o empresário detinha os direitos federativos de 21 membros do elenco que foi vice-campeão da Série B. Em sua carteira de atletas, Eduardo Uram tem atualmente mais de 110 jogadores registrados.

Notícias relacionadas

Manchester City x Real Madrid: onde assistir, escalações e arbitragem

Sorteio define os duelos da 3ª fase da Copa do Brasil; veja os confrontos

Thiago Carpini vai receber multa milionária após ser demitido do São Paulo; confira