Sem formação ideal, Tite segue em busca de "ponto de equilíbrio"
4 fev2011 - 21h34
(atualizado em 5/2/2011 às 00h14)
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Emanuel Colombari
Direto de São Paulo
O técnico Tite ainda não sabe com que time o Corinthians irá entrar em campo neste domingo, em clássico diante do Palmeiras pela sétima rodada do Campeonato Paulista. Sem contar com Ronaldo, Dentinho e Roberto Carlos, entregues ao departamento médico, o treinador admitiu nesta sexta-feira que tem dúvidas para colocar o time em campo no Estádio do Pacaembu.
Na reapresentação do elenco, no CT Joaquim Grava, Tite coordenou um recreativo com os jogadores que não atuaram diante do Deportes Tolima na quarta-feira, pela pré-Libertadores - quem atuou, por sua vez, fez apenas trabalho regenerativo. Passada a eliminação da competição continental, o treinador reconheceu que ainda não encontrou o que chamou de "ponto de equilíbrio".
Perguntado se ele considerava não ter encontrado ainda a formação tática ideal para a equipe às vésperas do clássico, Tite foi sincero. "Sim", respondeu o treinador, seguido de um longo silêncio. "Ainda estou procurando, e tomara que eu tenha a felicidade de encontrar", completou, segundos depois, em sua entrevista coletiva.
Por enquanto, o Corinthians que faz o clássico contra o Palmeiras no fim de semana segue sendo uma grande incógnita. Bruno César, que foi cortado do time titular para a partida na Colômbia, pode voltar - depende apenas da definição de Tite, que sai no treino deste sábado.
Já o peruano Ramírez, que deixou uma boa impressão após o jogo contra o São Bernardo, deve ganhar outra chance, mesmo diante da expulsão em Ibagué. O técnico, porém, não deixou de puxar a orelha do jogador pelo cartão vermelho. "Ele não pode ter esse tipo de comportamento. Deu a oportunidade para o árbitro interpretar", alegou Tite.
Ronaldo se ajoelha: no começo de sua última temporada na carreira, atacante teve participação decepcionante e, com mobilidade zero, praticamente não ajudou o time nos duelos contra o Tolima. É o jogador mais cobrado
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Roberto Carlos já é, desde os tempos de Adílson Batista, bastante contestado pelo Corinthians. Sem resistir à maratona de jogos do futebol brasileiro, Roberto tem definhado e ficou de fora do confronto decisivo com o Tolima também por opção de Tite. Antes, ele havia dito que ia "estraçalhar" os colombianos
Foto: Fotoarena / Divulgação
O presidente Andrés Sanchez não cumpriu sua promessa de quando assumiu o cargo: "ninguém mais vai rir do Corinthians", disse ele. Sem reforços de qualidade, clube entrou na Libertadores mais frágil que em 2010
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O departamento de futebol: após a saída de Mário Gobbi no fim do ano, o novo diretor Roberto Andrade (foto) pouco fez em relação a reforços. Pior: com uma declaração desastrada, atrapalhou a negociação por Adriano
Foto: Gazeta Press
O treinador Tite é outro bastante cobrado: sob seu comando, o Corinthians só venceu um jogo em 2011 e joga cada vez pior. Blindado por sua passagem em 2004, o gaúcho corre risco sério de demissão a qualquer momento
Foto: AP
Julio Cesar teve falha determinante para que o Corinthians precisasse passar pela fase de classificação da Libertadores. Com um vacilo brutal diante do Goiás, na última rodada do Brasileiro, o goleiro prejudicou a equipe que acabaria a Série A em terceiro lugar
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Jogador mais importante no Campeonato Brasileiro, Bruno César vive um momento bastante ruim e sequer foi aproveitado no confronto com o Tolima na Colômbia. O meia não teria bom relacionamento com Ronaldo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Candidato a protagonista em 2011, Jucilei é outro que ainda não mostrou bom futebol neste ano. Tímido e muito preso, o volante foi peça nula nos jogos com o Tolima
Foto: AFP
Candidato a salvador da pátria, Ramírez seguiu a sina: toda tragédia corintiana tem jogador expulso. Após grande estreia, o peruano agrediu um adversário e foi expulso com dois minutos em campo no momento decisivo diante do Tolima
Foto: Gazeta Press
A torcida corintiana decepcionou no jogo decisivo diante do Tolima no Pacaembu: em que pese o preço altíssimo dos ingressos (mais barato foi R$ 50) a lotação do estádio ficou em cerca de 25 mil, bem abaixo da expectativa