Com a Taça das Bolinhas, são-paulinos esnobam unificação da CBF
15 fev2011 - 09h45
(atualizado às 10h47)
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A polêmica Taça das Bolinhas ficou mais de 18 anos trancada no cofre da Caixa Econômica Federal e, agora, está no Morumbi por ordem da CBF graças ao pentacampeonato nacional conquistado pelo São Paulo em 2007. Honra suficiente para o clube, enfim, questionar a validação da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como Campeonatos Brasileiros.
Juvenal Juvêncio nem se alongou ao ouvir que, devido às conquistas de Santos e Palmeiras nas competições realizadas antes de 1971, os dois rivais alcançaram o quinto título brasileiro antes do time do Morumbi. "Isso aí não vale nada", desdenhou o presidente.
Com o selo da CBF nas conquistas, o São Paulo perdeu a condição de maior campeão brasileiro, comemorada em 2008 e já questionada no ano seguinte porque o Flamengo, que se considera dono do título em 1987, também se sente hexacampeão. Ambos, no entanto, ficaram para trás porque Santos e Palmeiras têm agora oito conquistas.
"Essa coisa retroativa é meio estranha, o futebol brasileiro tem essas bagunças. Como explicar um time campeão brasileiro duas vezes?", indagou Rogério Ceni, lembrando que o Palmeiras conseguiu o feito com os títulos da Taça Brasil e do Robertão de 1967. "Não é porque não foi para o São Paulo, mas fica meio esquisito", completou o capitão.
Santos e Palmeiras também cumpririam os requisitos impostos pela Caixa para ficar com a Taça das Bolinhas: ser campeão brasileiro três vezes consecutivas ou em cinco oportunidades. O time alvinegro venceu as Taças Brasil de 1961 a 1965 e o alviverde, campeão das Taças Brasil de 1960 e 1967 e dos Robertões de 1967 e 1969, acabou se tornando penta em 1972. Os clubes, porém, não podem pleitear o troféu porque a peça foi criada em 1975.
"A CBF permitiu que uma agremiação fosse campeã duas vezes no mesmo ano, deu título a quem disputou só quatro partidas, e estamos discutindo a Taça das Bolinhas. Ela é nossa e não discuto", sentenciou Juvenal Juvêncio, que incentiva a luta do Flamengo pela validação do seu título brasileiro de 1987 e é desafeto de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.
O São Paulo recebeu, oficialmente, a "Taça das Bolinhas" nesta segunda-feira, apesar das tentativas do Flamengo de impedir a entrega
Foto: Fernando Borges / Terra
O presidente tricolor, Juvenal Juvêncio, disse durante o evento que é preciso respeitar o clube rubro-negro, mas que o time do Morumbi é o verdadeiro merecedor do troféu
Foto: Fernando Borges / Terra
A taça, criada em 1975, seria destinada à equipe que vencesse o campeonato brasileiro por três vezes consecutivas ou cinco alternadas, caso do clube paulista, pentacampeão brasileiro em 2007 e tricampeão consecutivo em 2008
Foto: Fernando Borges / Terra
O ex-goleiro Zetti, que jogou pelo São Paulo, participou do evento da entrega da Taça das Bolinhas
Foto: Fernando Borges / Terra
Na manhã desta segunda, o Flamengo divulgou uma nota oficial em seu site alegando ter conseguido uma liminar impedindo a entrega da "Taça das Bolinhas" ao São Paulo, que acabou não surtindo efeito
Foto: Fernando Borges / Terra
O presidente Juvenal Juvêncio e Rogério Ceni, um dos maiores ídolos do São Paulo, durante premiação da entrega da Taça das Bolinhas
Foto: Fernando Borges / Terra
Questionado pelo fato de o Clube dos 13 ter defendido a entrega do título de 1987 para o Flamengo, o presidente tricolor ressaltou que a CBF não aceitou a proposta, e esclareceu que o São Paulo foi a favor da divisão do campeonato entre os rubro-negros carioca e pernambucano
Foto: Fernando Borges / Terra
Rogério Ceni, campeão Brasileiro em 2006, 2007 e 2008 com o São Paulo, e o ex-goleiro Zetti, campeão brasileiro pelo São Paulo em 1991, com a Taça das Bolinhas
Foto: Fernando Borges / Terra
O troféu foi entregue pela presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Além de Juvenal Juvêncio, o goleiro Rogério Ceni e Zetti, o ex-governador paulista e ex-presidente do clube do Morumbi, Laudo Natel, também esteve presente
Foto: Fernando Borges / Terra
Rogério Ceni, um dos maiores ídolos do São Paulo, com a Taça das Bolinhas, pelo clube ser o primeiro pentacampeão do Brasil