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Autuori critica arrogância de técnicos e pede: "não me chamem de professor"

23 mar 2013 - 14h10
(atualizado às 14h34)
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Sem meias palavras e discurso engomado, o novo técnico do Vasco, Paulo Autuori, disse que pretende imprimir um tom diferente à frente do clube carioca. Em entrevista coletiva neste sábado, ele não escondeu o incômodo com a importância que se dá, hoje em dia, aos treinadores de futebol. Em diferentes momentos, criticou o “protagonismo e a arrogância” que os colegas de profissão passam para o público e que pretende trabalhar para mudar isso.

“Me incomoda muito a imagem dos treinadores que se passa hoje no Brasil. Tem que acabar com essa imagem de arrogância, e vou dar um passo para isso. Mostrar que não há como um profissional se comparar a instituições, por mais que ele seja vitorioso. Como homem, não temo nada. Me sinto forte e preparado para enfrentar as dificuldades, que sei que ocorrerão”, afirmou.

Autuori acrescentou ficar irritado com o protagonismo dado aos técnicos. Para ele, os personagens principais dentro do futebol devem ser os jogadores e os torcedores, dentro do campo de jogo. Ele citou como exemplo o ex-treinador Tim, que fez carreira vitoriosa especialmente no Internacional, e ressaltou que vai buscar voltar à “essência de ser técnico”.

“Esse protagonismo é absurdo. Tenho referência do mestre Tim. Ele era simplicidade em pessoa, um vitorioso. Ele era da época em que técnico não ficava em pé gritando na beira do campo, e que não se podia fazer substituição. Mas era comum se observar a equipe voltando do vestiário atuando de forma diferente. Isso é ser técnico”, explicou.

O treinador salientou ter feito dois pedidos especiais ao jogadores. O primeiro é não ser chamado de professor, alcunha que ele diz detestar. O outro é usar termos tradicionais em relação à tática defensivista, que segundo ele, ajudaram a acelerar o processo do que ele classificou de “mediocrização do futebol brasileiro.

“Pelo amor de Deus, não me chamem de professor, Sou Paulo, meu nome é Paulo. E usar 'encaixar a marcação' e 'proteger a casinha' não dá. Está proibido falar isso sobre marcação. Última vez que ouvi isso aqui no Rio. É um dos principais motivos da mediocrização do futebol brasileiro. Quando vejo o Brasil contra a Itália, como agora, tenho que me beliscar. Sempre vi Brasil em cima, atacando, e agora ocorre o inverso. Não é nenhuma crítica específica à Seleção. Falo do futebol brasileiro”, observou, negando que suas palavras sejam carregadas de romantismo e nostalgia.

Fonte: Terra
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