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Bergamota Mecânica! Juventude veste laranja e vira sensação

11 mar 2015 - 09h42
(atualizado às 10h52)
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Quem não é do Rio Grande do Sul talvez desconheça a fruta chamada bergamota. Na verdade, pode conhecer, mas a chama de tangerina. A cor alaranjada da casca da fruta, muito apreciada no estado, está dando sorte para um time verde. Isto porque o Juventude de Caxias do Sul é uma das sensações do Campeonato Gaúcho (atual vice-líder) e, coincidentemente, vem tendo bons resultados desde que adotou o uniforme na cor laranja. O terceiro fardamento do Juventude já rendeu um apelido: Bergamota Mecânica, em alusão bem humorada à Holanda da Copa de 1974, apelidada de Laranja Mecânica.

É bem verdade que os resultados vestindo laranja têm outro grande motivo. O técnico Antônio Picoli estava ameaçado no cargo pelos vacilos da equipe nas primeiras três rodadas do Estadual: um empate com o Ypiranga e duas derrotas, para o Novo Hamburgo e Cruzeiro. Foram quatro gols sofridos e apenas um marcado.“Existe uma pressão pelos resultados. Precisamos nos recuperar na competição e sei que posso perder meu cargo se a situação não melhorar”, disse o treinador Picoli antes do clássico contra o Caxias, vencido pelo Juventude por 1 a 0 no estádio Alfredo Jaconi.

<p>Juventude trocou verde pelo laranja e embalou</p>
Juventude trocou verde pelo laranja e embalou
Foto: Itamar Aguiar / Raw Image / Gazeta Press

A solução foi adotar um esquema cauteloso com três zagueiros e seis homens no meio-campo. E deu certo. Desde então, foram cinco vitórias e um empate, incluindo os enfrentamentos com a dupla Gre-Nal e o clássico contra o Caxias. Nove gols marcados, e apenas um sofrido. Mas para quem pensa que defender é o único objetivo, se engana. “O Juventude, com a bola, joga num 3-4-3, por isso a participação efetiva dos alas”, destaca o treinador do Juventude.

Na defesa, com três “torres”, há o xerife Pereira, 35 anos, 1,90m, com passagens por Santos, Portuguesa, Coritiba e Grêmio. Ele é a segurança e a experiência no centro da zaga e comanda outros dois companheiros. À esquerda, Héverton, 27 anos, 1,88m, revelado pelo Grêmio. No lado direito, o prata da casa Douglão, 20 anos e 1,90m.

Outro trunfo deste time que adotou nova cor e novo esquema são os alas Hélder e Itaqui. Enquanto um fica o outro ataca. “A diferença entre o Itaqui e o Hélder é que a presença do Hélder se torna mais agressiva pela forma incisiva pela velocidade. O Itaqui já é aquele jogador que chega no momento certo e com equilíbrio”, explica o treinador.

<p>Time de Caxias já venceu o Intenacional...</p>
Time de Caxias já venceu o Intenacional...
Foto: Itamar Aguiar / Raw Image / Gazeta Press

O meio-campo recheado com três volantes deposita a responsabilidade da armação em Wallacer. Já a incumbência dos gols fica a cargo do ídolo da torcida do Juventude, o centroavante Zulu. O experiente jogador só marcou um gol no Campeonato Gaúcho. E foi justamente na última partida, contra o Internacional, vencida por 1 a 0. A confiança de Picoli no jogador é retribuída. “Sou suspeito de falar dele (Picoli). Quando eu cheguei aqui, foi um cara que me ajudou. Nos conhecemos muito bem. Isso te dá uma tranquilidade”, explica o camisa 9.

O grupo do Juventude ainda tem outro ídolo. Com 35 anos, o goleiro Diego retorna depois de mais de uma década. O último clube foi o Qäbälä, do Azerbaijão. No caso dele, o amor, a esta altura da carreira, falou mais alto que o dinheiro. “Se fosse pelo dinheiro, teria ficado no Azerbaijão, ou acertado com outros clubes, mas o prazer de vestir essa camisa contou”, explica o goleiro que teve ainda passagens por Atlético-PR e Fluminense.

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... e empatou com o Grêmio; é mole?
Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA / Divulgação

A caminhada ainda é grande para os comandados de Picoli. Se a Bergamota Mecânica vai azedar, só o restante do Campeonato Gaúcho irá mostrar. Mas o maior desafio desta temporada para o Juventude é ainda maior: a busca por uma vaga na Série B do Brasileiro, o que pode representar um alívio nas finanças do clube e um calendário com jogos durante toda a temporada.

Enquanto a estreia no Brasileiro da Série C não chega (17 de maio contra o Brasil de Pelotas), o time segue tentando evoluir ainda mais no Gaúcho. Com um ponto a menos que o próprio Xavante, a próxima parada no estadual será contra o lanterna União Frederiquense, quinta-feira, fora de casa. Mais uma oportunidade para o Juventude seguir em busca do desafio de repetir o feito de 1998, quando conquistou o Campeonato Gaúcho.

Fonte: Cristiano Leonardo S. da Silva Jornalismo - Especial para o Terra Cristiano Leonardo S. da Silva Jornalismo - Especial para o Terra
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