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Time investigará racismo e presidente lamenta: "voz infeliz"

7 mar 2014 - 10h29
(atualizado às 12h27)
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<p>Márcio Chagas da Silva foi vítima de racismo no Campeonato Gaúcho, por insultos da torcida do Esportivo</p>
Márcio Chagas da Silva foi vítima de racismo no Campeonato Gaúcho, por insultos da torcida do Esportivo
Foto: Getty Images

O Esportivo emitiu uma nota em seu site oficial nesta sexta-feira garantindo que vai investigar o caso de racismo contra o árbitro Mário Chagas da Silva, que ocorreu na partida contra o Veranópolis, na última quarta-feira. Ao deixar o estádio, ele encontrou bananas na porta do seu carro e a porta arranhada.

"O CLUBE ESPORTIVO BENTO GONÇALVES vem a público informar que está investigando as atitudes relatadas pelo árbitro MÁRCIO CHAGAS DA SILVA, que no dia 05 de março de 2014 alegou ter recebido ofensas racistas durante a partida ocorrida contra a equipe do Veranópolis Esporte Clube. De pronto, cumpre destacar que, caso tenham ocorridos tais situações, o ESPORTIVO não medirá esforços para encontrar os causadores dessas ofensas. O Clube, toda sua direção e equipe são completamente contra qualquer atitude ou manifestação de racismo e não medirá esforços para esclarecer os fatos".

O árbitro afirma que não fez Boletim de Ocorrência após o jogo porque estava abalado. Mas que foi orientado pela polícia gaúcha a fazer nesta segunda-feira. Segundo Chagas, não é a primeira vez que é alvo de ofensas racistas em jogos no Gaúcho. O árbitro estuda entrar com ação judicial contra o clube, por dano moral.

O presidente do Esportivo, Luis Delano Lucchese Oselame, também emitiu uma nota oficial no site do clube lamentando o episódio. O dirigente apela para que o clube não seja punido por conta de o que considera "uma voz infeliz". 

"A infeliz voz que supostamamente gritou palavras de ofensas ao árbitro não é a voz da nossa torcida, do nosso clube, da nossa comunidade, principalmente quando falamos de uma cidade acostumada a receber tão bem visitantes de todas as partes do Brasil e do mundo".

Confira, na íntegra, a nota oficial do presidente do Esportivo:

"Este é sem dúvida um capitulo triste na história do nosso Alvi-Azul.

Os fatos de racismo relatados pelo árbitro Márcio Chagas em nosso estádio na última quarta-feira me entristecem não apenas como presidente e torcedor do Clube Esportivo, mas também como empresário, bentogonçalvense,  homem e pai de família.

Em momentos como esse devemos ter cautela e não podemos transformar um em todos. A infeliz voz que supostamamente gritou palavras de ofensas ao árbitro não é a voz da nossa torcida, do nosso clube, da nossa comunidade, principalmente quando falamos de uma cidade acostumada a receber tão bem visitantes de todas as partes do Brasil e do mundo.

Desde que comecei a frequentar os corredores desse Clube sonhei vê-lo nas páginas e veículos de mídia do país por suas glórias, e muito me entristece vê-lo nessas tão sonhadas páginas por uma noticia lamentável como essa que se quer tem relação direta com a instituição.

Assim como muito me entristece o que alguns oportunistas estão tentando fazer nesse momento, especulando que o Esportivo estaria questionando a idoneidade do árbitro e apoiando condutas criminosas e racistas. O Clube Esportivo, toda sua direção, comissão técnica, equipe e funcionários repudiam qualquer forma de racismo… repito, repudiamos qualquer forma de racismo!

Peço desculpas se aos olhos dos grandes não soubemos lidar tão bem com essa situação como deveríamos, mas acreditem, isso para nós foi uma ingrata e inesperada surpresa tanto como para todos vocês.

Não mediremos esforços para esclarecer os fatos e convocamos nossa torcida para nos ajudar e ajudar as autoridades em um momento como esse, trazendo informações que identifiquem os verdadeiros culpados por essas atrocidades. Não é justo que nosso time e sua torcida, que vem lutando bravamente para se manter entre a elite do futebol gaúcho, seja penalizado por alguns poucos que se dizem torcedores.

Assim como o árbitro Márcio Chagas tem seus filhos, eu também gostaria de poder ver os meus brincando livremente, com os filhos dele e de qualquer outra pessoa, não importando sua cor, credo ou classe social, em um mundo mais justo e sem racismo."

Com informações do Lancepress!

Fonte: Terra
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