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Campeonato Paranaense

Aniversariante, Atlético-PR vê Arena como divisora do futuro

Clube paranaense, que completa 91 anos nesta quinta-feira, tem no estádio um futuro promissor ou a quebra do caixa

26 mar 2015 - 16h37
(atualizado às 20h09)
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Clube possui 22.400 sócios; 15.381 cadeiras ainda estão vagas
Clube possui 22.400 sócios; 15.381 cadeiras ainda estão vagas
Foto: Atlético-PR / Divulgação

A Arena da Baixada, finalizada pela primeira vez em 1999, tem um grande poder dentro do Atlético-PR. O estádio, que foi novamente reformado para a Copa do Mundo de 2014, definirá o rumo que o clube paranaense terá daqui para frente, a partir do dia em que completa 91 anos de história.

No final da década de 90, a antiga Baixada deu lugar ao modelo de arena, o mais moderno da América Latina na época e o primeiro nesse formato no Brasil. Com a reforma, o time deu um salto no cenário nacional e figurou bem também no internacional.

No mesmo ano da inauguração, o Atlético-PR foi campeão da Seletiva e conquistou uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte, quando foi eliminado pelo xará Atlético-MG, nos pênaltis, pelas oitavas de final da competição. No ano seguinte, o maior título da história: campeão brasileiro da Série A, vencendo o São Caetano, no Estádio Anacleto Campanella, por 1 a 0, gol do atacante e artilheiro Alex Mineiro.

Já em 2004, após ótima campanha no Campeonato Brasileiro, liderando boa parte do torneio, a equipe comandada por Lever Culpi tropeçou nas últimas rodadas e viu o Santos ultrapassá-lo na penúltima rodada. No último jogo, não dependendo mais apenas de si, empatou com o Botafogo em casa e a equipe paulista venceu o Vasco da Gama, sagrando-se campeã.

No ano seguinte, a conquista internacional chegou perto. Sofrendo para passar da primeira fase, o Atlético-PR cresceu no mata-mata e chegou à final da Copa Libertadores. Sem a capacidade mínima para a finalíssima, a Arena não pôde ser utilizada - o São Paulo não aceitou jogar no local em um possível acordo. Após empatar por 1 a 1 no Estádio Beira-Rio, o time tricolor goleou por 4 a 0 no Morumbi e foi campeão.

A equipe paranaense ainda fez boas campanhas a partir daí, como chegar à semifinal da Copa Sul-Americana e na terceira colocação da Série A de 2013. Porém, o boom na década passada diminuiu e o Atlético-PR chegou a cair para a Série B em 2011, por exemplo. Algo que a diretoria rubro-negra pretende mudar a partir deste ano.

Futuro com dívidas

<p>Vista de cima, Arena da Baixada será fechada com o teto retrátil em breve</p>
Vista de cima, Arena da Baixada será fechada com o teto retrátil em breve
Foto: Atlético-PR / Divulgação

A reforma da Arena para o Mundial do ano passado foi polêmica. O local chegou a ficar próximo de ser concluído e, da previsão de ser o primeiro pronto, o estádio foi o último a ser entregue. Mesmo assim, até hoje ainda não está 100% concluído. Com o teto retrátil prestes a ser inaugurado e em fase final de testes - diferencial valorizado por só ter na Europa -, o Atlético-PR acumulou (muitas) dívidas no período. Orçado em R$ 184,6 milhões, o custo final está, atualmente, em R$ 346, 2 milhões. E ainda pode aumentar mais. Os débitos do clube paranaense são preocupantes.

Além de estar devendo mais de R$ 10 milhões à empresas que prestaram serviços durante a obra da Arena da Baixada, a diretoria atleticana precisa levantar R$ 33,3 milhões até o dia 5 de dezembro deste ano, por exemplo, para pagar a primeira parcela do financiamento que, anteriormente, estava para dezembro de 2013 - foi “empurrada” para esse novo prazo através de um aditivo feito em 2012. O Tribunal, entretanto, alerta que nada garante que as cotas restantes do potencial construtivo sejam vendidas até o fim do ano. Caso não consiga vender, a diferença terá que ser paga pelo clube. Em um ano e meio, o Atlético-PR arrecadou R$ 16,1 milhões até aqui.

Esse imbróglio ainda está longe de ser resolvido. No valor inicial, um acordo tripartite entre clube, Prefeitura e Governo dividiria o custo da reforma. Como o valor aumentou consideravelmente, o município e o Estado já falaram que não vão custear, dizendo que o acordo era no valor de R$ 184,6 milhões. O assunto, ainda não resolvido, vai perdurar por anos e deve parar na Justiça.

Até por ter que pagar a reforma, o presidente Mario Celso Petraglia não investe no time e pede que a torcida se associe, chegando à marca de 40 mil sócios. Motivo para reclamações de torcedores e ídolos do clube. Sicupira, maior atilheiro da história, elogia a estrutura de primeiro mundo, mas cobra o que toda torcida quer: bola na rede e time bom.

<p>Arena da Baixada, palco da Copa, será o único estádio da América Latina com tecnologia retrátil</p>
Arena da Baixada, palco da Copa, será o único estádio da América Latina com tecnologia retrátil
Foto: Atlético-PR / Divulgação

"Se o Atlético-PR investir no futebol, montar um time realmente forte, ele pode conquistar qualquer campeonato que participar. Com essa estrutura e com essa torcida fanática, ele pode se tornar uma das principais potências do futebol brasileiro. Mas para isso precisa investir. A estrutura é espetacular, mas quem ganha jogo é o time", analisou.

Petraglia prometeu que, a partir de 2015, vai começar a investir no gramado. O cenário atual, entretanto, não anima. Perto de jogar o Torneio da Morte pela segunda vez na história, a equipe comandada por Enderson Moreira precisa de uma recuperação histórica. Até 2025, aliás, o mandatário rubro-negro garantiu que o Atlético-PR será campeão mundial - o prazo era até 2022, quando disse, nas eleições de 2011, que assim faria a partir de 2012. Algo difícil de acreditar sem arrecadação suficiente para bancar a reforma da Arena da Baixada, como na venda do naming rights, que pode ser uma solução definitiva ou em realizações de show nacionais e internacionais.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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