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Santa Catarina deixa Paraná para trás na elite do futebol

Com quatro representantes na Série A, o futebol catarinense mostra organização durante o crescimento

22 dez 2014 - 20h47
(atualizado às 21h00)
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<p>César Sampaio, que continua como dirigente do Joinville, levanta a taça da Série B</p>
César Sampaio, que continua como dirigente do Joinville, levanta a taça da Série B
Foto: Site oficial JEC / Divulgação

Em 2015, o futebol catarinense vai ter quatro clubes na elite do futebol nacional. Na Série A, inclusive, apenas São Paulo possui mais representantes. A última vez que o Estado tinha tantos times foi em 1979. A façanha atual deixa para trás regiões vitoriosas e tradicionais, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O feito aumenta a discussão: os catarinenses estão na frente do Paraná?

Quem pode responder a questão com muita tranquilidade é o técnico Geninho. Foi ele quem comandou o Avaí no acesso neste ano e também quem dirigiu o Atlético-PR na conquista do Campeonato Brasileiro em 2001, além da Copa João Havelange em 2000. "Se formos computar apenas os números de representantes na Série A, sim, o estado de Santa Catarina está na frente. Na questão histórica, eu ainda acho que não", aponta o treinador.

A última vez que o futebol paranaense teve quatro representantes na elite foi na Copa João Havelange, já que Atlético-PR e Coritiba estavam no Módulo Azul e o Paraná e o antigo Malutron (atual Jota Malucelli) ganharam os Módulos Amarelo e Verde e Branco, respectivamente, disputando as oitavas de final da competição, e tendo a chance de ganhar o título da competição. Se considerar apenas a primeira divisão em si, foi em 79, assim como os catarinenses, quando Atlético-PR, Coritiba, Colorado, Pinheiros, Londrina e Grêmio Maringá figuravam na principal competição nacional.

<p>Geninho (à esq.), que teve sucesso no Atlético-PR e Paraná, comandou o Avaí no acesso deste ano</p>
Geninho (à esq.), que teve sucesso no Atlético-PR e Paraná, comandou o Avaí no acesso deste ano
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Mas mais do que isso, Geninho deixa claro que pelo menos na mentalidade o futebol paranaense ficou para trás. "Os clubes catarinenses estão mais organizados, pensando a longo prazo e com responsabilidade. Por isso os resultados estão acontecendo. Não são obras do acaso", opina.

Além do trabalho a longo prazo, o diretor de futebol da Chapecoense aponta outra questão como imprescindível. "Os clubes daqui estão trabalhando com responsabilidade. Os principais clubes pagam em dia, isso é sagrado", afirma. Até por isso é difícil ver contratações bombásticas. "O trabalho é com pés no chão, apostando nas contas em dia. A Chapecoense nesta Série A foi uma prova disso", ressalta.

Esse é um dos principais problemas dos clubes curitibanos. O Paraná convive há anos com os atrasos salariais e essa vem sendo a tônica do Coritiba nas últimas temporadas – em 2014, inclusive, os jogadores entraram com uma faixa em campo cobrando as pendências. O melhor no quesito é o Atlético-PR, mas o próprio presidente Mário Celso Petraglia admitiu recentemente as dificuldades em manter as contas em dia, tendo o direito de imagem já atraso nesta temporada.

Um dos principais motivos para isso é o incentivo que as empresas locais ganham para investir nos clubes do estado. "Temos uma parceria com uma grande empreendedora local, que é uma das nossas maiores receitas. O vínculo já vem de longa data e já está prorrogado", revela o superintendente de futebol do Figueirense, Cleber Giglio.

<p>Com organização e salário em dia, a caçula Chapecoense conseguiu continuar na Série A</p>
Com organização e salário em dia, a caçula Chapecoense conseguiu continuar na Série A
Foto: Jardel da Costa / Futura Press

Além disso, o papel da Federação Catarinense de Futebol e a força do Campeonato Catarinense também são considerados como diferenciais para essa ascensão. "São sempre cinco times brigando pelo título Estadual, isso sem contar com o Metropolitano, que está incomodando muito. É uma grande preparação. Embora não tenha nenhum clube com muita tradição, não é exagero algum apontar que é um dos regionais mais equilibrados", aposta o presidente do Joinville, Nereu Martinelli.

Para efeito de comparação, o Campeonato Paranaense é deixado de lado pelo Atlético-PR, que joga com um time alternativo, enquanto os clubes do interior ficaram um longo período sem brigar por nada. Somente neste ano que o Londrina, além de ter sido campeão estadual, conseguiu subir para a Série C. "Além disso tudo, há um distanciamento das equipes. Egos de dirigentes sobressaem sobre os interesses dos torcedores. É muita desunião e falta de comunicação, incluindo a Federação Paranaense de Futebol, apesar dela não ser tão culpada assim", avalia o presidente de honra do J. Malucelli, Joel Malucelli.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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