Conselho do Santos aumenta pressão e deve dificultar aprovação de contas

Parte do Conselho Deliberativo do Santos promete dificultar a aprovação das contas do clube em 2012, que serão expostas para votação em reunião no próximo dia 25. A insatisfação tem como base as saídas de jogadores como Elano, Ibson e Ganso por "valores injustificáveis" e, principalmente, por contratos assinados com a CSU, empresa gestora do programa de sócios, e a Netshoes, intermediadora do vínculo com a Nike.

"Na melhor das hipóteses, a comissão fiscal precisa pedir a aprovação das contas com ressalvas, principalmente pelos contratos com a CSU e a Nike", alertou Celso Leite, ex-membro da comissão e um dos conselheiros mais influentes do clube.

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As críticas pelo vínculo com a CSU são direcionadas a Álvaro de Souza, um dos membros do Comitê Gestor e que também integra o conselho de administração da empresa.

O contrato com a companhia, que também estampa a marca dentro dos números na camisa, assinado em 2012 foi prorrogado no início deste ano e tem como principal crítica uma cláusula que prevê pagamento à empresa caso o Santos não atinja metas específicas no número de associados.

"Se o Comitê Gestor não rever imediatamente esses contratos dificilmente vai recuperar a credibilidade junto ao Conselho (Deliberativo) que já está bastante arranhada", disse Leite. O Conselho já recebeu uma série de solicitações por providências sobre o assunto.

Relativo a Netshoes as críticas são pelo fato do contrato do Santos com sua fornecedora de material esportivo não ser direto com a marca norte-americana. O clube teve dificuldades com o fornecimento de material esportivo no último ano, assim como no lançamento de sua segunda camisa, listrada, que estreou somente em meados de outubro.

Com Elano e Ibson, a desaprovação parte do gasto de R$ 15,5 milhões para comprá-los em 2011 pela troca com jogadores que ainda não se firmaram no clube como Galhardo e Miralles, além do zagueiro David Braz, já repassado ao Vitória. A crítica relativa a Ganso é pela venda a um rival, o São Paulo, e somente pelo proporcional da multa, R$ 23,9 milhões.

A reunião promete ser acalorada e longa. A diretoria do Santos segue bastante pressionada por manter o técnico Muricy Ramalho, alvo de ironia direcionada no último encontro do Conselho pela pouca utilização das categorias de base. O presidente Luis Álvaro Ribeiro, ainda internado, já está licenciado de suas funções até abril e não participará da reunião.