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Broncas, Walter, jovens... Saiba o que derrubou Enderson

6 mar 2015 - 07h00
(atualizado às 08h49)
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O aparente repentino fim de ciclo do técnico Enderson Moreira no comando do Santos não aconteceu tão ao acaso quanto pareceu: foi motivado por uma série de desgostos da nova diretoria do clube com o treinador.

O ápice do desgaste de relacionamento foram as cobranças na conversa que definiu a sua saída, marcada por reclamações pela não vinda de reforços, salários atrasados e outros elementos.

O técnico, no entanto, nunca contou com total simpatia da diretoria. O Terra lista os sete principais fatores que levaram a sua queda:

<p>Enderson criticou a supervalorização de alguns jovens e pagou com o emprego</p>
Enderson criticou a supervalorização de alguns jovens e pagou com o emprego
Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC
1. Relação ruim com os jovens

O desgaste foi notório, mas a diretoria do clube assegura não ter sido fator de peso para a decisão: preferiu falar que apenas instruiria o treinador a não mais externar opiniões que pudessem gerar desconforto. Enderson, no entanto, jamais conseguiu comprovar a fama de formador de jogadores no Santos.

Neste ano, preteriu Gustavo Henrique para escalar Werley, uma de suas indicações, além de ter escolhido recentemente pelo colombiano Valencia para substituir Alison, as invés de Lucas Otávio ou Leandrinho. Enderson ainda deixou nomes conhecidos na base do clube de fora dos 28 inscritos, campeões da Copa São Paulo, para contar com Marquinhos Gabriel e outras opções contestadas.

<p>Gabigol foi pocuo utilizado por Enderson Moreira</p>
Gabigol foi pocuo utilizado por Enderson Moreira
Foto: Ivan Storti / Divulgação Santos FC

O pior caso, no entanto, era com Gabriel Barbosa. O artilheiro da equipe no último ano, com 21 gols, tinha constantemente o potencial diminuído nas entrevistas e não foi titular em nenhuma partida no ano.

2. Walter, a grande obsessão

Enderson jamais escondeu que desejava contar com Walter, mas, mais do que isso, fez da vinda do atacante com quem trabalhou no Goiás uma obsessão. Mesmo após os fracassos nas tratativas antes do término do prazo de inscrições para o Campeonato Paulista, manteve o pedido à diretoria.

Publicamente, rasgou elogios ao jogador e o defendeu, até mesmo, de sua condição física alegando haver "preconceito" e que ele tem rendimento superior a atletas com percentual de gordura adequado. Pouco antes da demissão, reclamou ao presidente Modesto Roma sobre a não vinda do jogador.

<p>Walter era constantemente elogiado pelo técnico, enquanto jovens ficavam no banco</p>
Walter era constantemente elogiado pelo técnico, enquanto jovens ficavam no banco
Foto: Bruno Haddad/Fluminense / Divulgação

3. Sombra de Oswaldo

Até as comparações com Oswaldo de Oliveira, hoje no Palmeiras, foram uma tônica no início de seu trabalho. O treinador, que utilizou grande parte dos jovens em sua passagem, principalmente na campanha do vice-campeonato paulista, em 2014, não era esquecido, também, pelo bom ambiente construído. Oswaldo era muito querido pelos jovens e veteranos. Internamente, quem demonstrou muita insatisfação com a sua saída foi o lateral direito Zé Carlos, totalmente esquecido por Enderson durante os seis meses do clube.

<p>Oswaldo de Oliveira deixou o Santos pela porta da frente</p>
Oswaldo de Oliveira deixou o Santos pela porta da frente
Foto: Guilherme Dionizio / Gazeta Press

4. Só tem tu? Vai tu mesmo

A falta de opções e, principalmente, de condição financeira levaram o Santos a apostarem em sua permanência para 2015. O desejo do presidente era contratar outro nome. Enderson tinha ganhos de R$ 200 mil mensais e era considerado um técnico com valores adequados para a nova realidade financeira do clube, que precisou preterir os seus principais salários do elenco: Leandro Damião, Edu Dracena, Mena, Arouca e Aranha.

<p>Enderson não custava caro à diretoria alvinegra</p>
Enderson não custava caro à diretoria alvinegra
Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC

5. A opção que custou caro

Pegou mal no elenco, também, a opção por Valencia como substituto definitivo de Alison. O colombiano chegou ao clube avalizado pelo treinador, mas longe de sua melhor condição física. Mesmo sem atingir o ideal já foi garantido como titular na disputa com Lucas Otávio. A promessa conta no elenco com o apadrinhamento de Elano, um dos líderes, e carrega boa fama pelo fato de ter sido o craque da Copa Sâo Paulo de 2014. A opção foi vista como injusta pelos mais velhos.

<p>Valencia chegou para surprir, principalmente, a saída de Arouca</p>
Valencia chegou para surprir, principalmente, a saída de Arouca
Foto: Divulgação Santos FC

6. Broncas exageradas

As broncas desmedidas mesmo após as vitórias da equipe cansaram o elenco. O estilo chegou a levar Enderson a um desentendimento com Rildo, de volta a Ponte Preta, no vestiário ano passado. A falta de paciência ainda resultou em cobranças fortes, uma delas com o preparador de goleiros Arzul e a pior com o zagueiro Gustavo Henrique, no seu último treino à frente da equipe. A atitude gerou a perda de vez do grupo.

<p>Enderson não tinha boa relação com parte do elenco santista</p>
Enderson não tinha boa relação com parte do elenco santista
Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC

7. Limitações no campo e culpa de...

Se os bastidores pesaram para a sua saída, o trabalho de campo do treinador também não agradou. Enderson sempre foi criticado pelas substituições pouco inteligentes, quase sempre envolvendo atletas da mesma posição e com pouco ganho para a equipe. Além disso, gerou desconforto no início pela constante variação tática quando o Santos atuava fora de casa. Nesse ano, ainda exagerou nas atribuições de culpa por más atuações: refletores, gramado, árbitro e outros fatores foram citados.

<p>Técnico vinha sendo criticado pelas substituições pouco criativas</p>
Técnico vinha sendo criticado pelas substituições pouco criativas
Foto: Luis Moura / Gazeta Press
Fonte: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME
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