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Enderson critica jovens que "se acham mais" e enfrenta crise

5 mar 2015 - 07h00
(atualizado às 07h40)
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O técnico Enderson Moreira, que se orgulha do passado com trabalhos desenvolvidos em categorias de base, está em rota de colisão com a atual safra de Meninos da Vila, liderada por Gabriel Barbosa e respeitada no clube pela conquista do bicampeonato da Copa São Paulo, em 2013 e 2014.

Enderson criticou a supervalorização de alguns jovens valores do clube
Enderson criticou a supervalorização de alguns jovens valores do clube
Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC

Enderson criticou publicamente a supervalorização das jovens revelações do clube, citando sofrerem de uma espécie de estrelismo. As declarações foram rebatidas.

O zagueiro Gustavo Henrique, um dos barrados, atribuiu a interpretação à tentativa de "mostrar potencial" e acredita que o treinador pode ter "confundido", sustentando que as principais referências do atual elenco são da safra de 2003, tendo como liderança mais nova o atacante Robinho, 31 anos.

"Eu acho que nenhum jogador jovem se acha muito aqui. Talvez, a gente que está começando agora tenta muito mostrar potencial e, às vezes, acabam confundindo isso, mas acho que os jovens jogadores que estão aqui sempre procuram ver os exemplos dos mais velhos", amenizou o camisa 6.

Enderson não poupou os novos Meninos na entrevista à Rádio Bandeirantes dizendo, sem citar nomes, que alguns atletas "se acham mais do que são", mas que "não conquistaram nada", "não são referências" e que ainda precisam caminhar muito para solidificarem suas carreiras.

"Não é fácil, alguns atletas se acham mais do que são. Não conquistaram nada, não são referências e ainda têm muita coisa para caminhar. A conquista traz credibilidade, é importante que eles tenham esse pensamento. Já que muitos pensam em jogar fora, na Europa, eles precisam melhorar essa qualidade de jogar em equipe", afirmou o treinador.

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"É o que sempre coloco para eles (jovens do Santos): são jogadores que têm grande potencial, mas isso não entra em campo, não ganha título. Potencial é algo que talvez você consiga chegar, talvez, não, tem que confirmar isso nos treinos e jogos. Mas é importante principalmente que eles tenham pensamento coletivo, uma exigência que não é minha, mas do futebol moderno, de resultado. Falo para que eles possam colocar suas qualidades em prol da equipe, não o contrario. É uma conversa diária", completou.

O comandante santista não tem priorizado a utilização das jovens promessas do clube. Se nas escalações não há surpresas, na montagem da nova equipe para 2015 ficou clara a intenção de não contar com um elenco recheado de garotos como no primeiro semestre do último ano.

A polêmica em torno de Gabigol

O ponto mais polêmico foi o fato de ter barrado Gabigol, artilheiro do último ano, com 21 gols. Gabriel perdeu a pré-temporada e os primeiros jogos do Santos no ano pelo fato de estar com a Seleção Brasileira Sub-20 no Sul-Americano da categoria, disputado no Uruguai. Desde que voltou, o camisa 10 passa por uma espécie de recomeço e ainda não teve chances como titular mesmo diante da seca de Ricardo Oliveira, que não marca há quatro jogos.

"É um jogador novo que mesmo quando fez gols ainda demonstrou que precisa crescer. O gol não é a única situação, é a mais importante, mas não a única. Ele, por qualidade, foi convocado, mas não jogou muito e estamos dando um tempo para que brigue pela posição. Ninguém chega tomando conta de um espaço. Outros jogadores tiveram oportunidades e agora precisará comprovar no dia a dia", afirmou Enderson em sua última entrevista coletiva.

Gabriel é criticado, principalmente, por sua pouca entrega tática, algo exaltado em seu concorrente de posição, a quem diz que "trabalha muito para a equipe". Nos bastidores, o atleta é visto por alguns como um jogador individualista. Incomoda, também, as contantes pedidas de seu estafe por "tratamento vip" pelo assédio desde criança.

"Ele é jogador mais finalizador, que faz gols, mas está aprendendo a marcar. O professor está trabalhando isso nele, que tem assimilado. Creio que vai ajudar bastante, está aprendendo certo, pois é isso que a equipe pede, nosso esquema não permite que um jogador não marque", defendeu o atacante Geuvânio.

Além de Gabigol, Enderson preteriu Gustavo Henrique e outros dois meninos, Leandrinho e Lucas Otávio, para escalar o volante Valencia. Atualmente, só conta com Geuvânio de jovem entre os titulares.

A conta aumenta com o fim das inscrições para o Campeonato Paulista, que possui um limite de 28 jogadores. Nomes como o dos meias Léo Cittadini e Serginho, camisas 10 nas campanhas do bicampeonato da Copinha em 2013 e 2014, respectivamente, ficaram de fora. O atacante Diego Cardoso, artilheiro da competição no ano passado, e outros jovens, também foram preteridos e emprestados.

Reclamações desde o Goiás

O treinador chegou em setembro sob expectativa de, primeiramente, recuperar o centroavante Leandro Damião, maior contratação da história do clube, e pelo principal cartaz de seus trabalhos: a utilização das categorias de base. Já no Goiás, no entanto, foi questionado pelo não aproveitamento das principais promessas na campanha do vice-campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2013, para o próprio Santos.

Enderson subiu alguns dos atletas, escalou em alguns jogos, mas não deu sequência maior. A pressão por parte da imprensa e até de alguns dirigentes se dava pela preferência a jovens que não vinham da base esmeraldina como Eduardo Sasha, Welinton Júnior e Léo Bonatini. Valores como o atacante Erik, os laterais Mário Sérgio e Clayton Sales, o meia Liniker, além do zagueiro Pedro Henrique e Felipe Macedo eram pouco utilizados.

Presidente à época, João Bosco Luz chegou a cobrar publicamente algumas vezes a maior utilização dos garotos da base. Quando deixou a presidência, João Bosco citou que um dos pontos falhos de sua gestão foi não ter revelado jogadores, apesar da geração promissora.

Fonte: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME
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