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Gobbi ataca Nobre por torcida única: "tinha-o como amigo"

6 fev 2015 - 18h48
(atualizado às 21h01)
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Antes de a Federação Paulista de Futebol (FPF) voltar atrás e permitir a presença de torcedores corintianos no clássico deste domingo contra o Palmeiras, no Allianz Parque,  o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, disparou contra Paulo Nobre - defensor do dérbi com torcida única. O mandatário alvinegro revelou que conversou na quarta-feira com o presidente do clube verde e branco e contou que, neste papo, descobriu o real motivo do interesse alviverde por clássico com 100% de palmeirenses: dinheiro. Por isso, Gobbi se disse decepcionado com o dirigente do clube rival - depois de revertida a decisão incial da FPF, porém, considerou o caso um "equívoco resolvido" e até agradeceu a Nobre.

“Falei com o Paulo Nobre e disse pra ele que não era daquela forma que se fazia, que, se o intuito era coibir a violência, ele poderia estar exacerbando a violência, instigando uma rivalidade que hoje é serena”, afirmou Gobbi. “Nas argumentações, ele deixou escapar, e aí eu entendi o porquê do interesse por torcida única: que infelizmente o estádio dele não foi feito para receber torcida do visitante, e que para ele pôr no estádio a torcida visitante, ele deixa de vender 12 mil cadeiras à torcida. Que é um prejuízo com o qual não pode arcar”, acrescentou.

<p>Paulo Nobre é a favor de torcida única em clássicos na capital paulista</p>
Paulo Nobre é a favor de torcida única em clássicos na capital paulista
Foto: Carla Carniel / FramePhoto

Nesta quinta-feira, horas antes do jogo contra a Ponte Preta, no Allianz Parque, Paulo Nobre admitiu que era favorável à realização do dérbi apenas com fãs palmeirenses. Além de se referir à segurança dos torcedores, ele citou o fator econômico. “Você tem que economizar o dinheiro público. Não faz o menor sentido a polícia ter que escoltar 1,5 mil, 2 mil torcedores no caminho a um estádio de futebol enquanto ela poderia estar fazendo bem à sociedade. E também tem o fator econômico do time mandante. No nosso caso, são pelo menos 6 mil lugares inutilizados”, acrescentou.

A presença de torcedores corintianos no clássico provocará um prejuízo de cerca de R$ 150 mil ao Palmeiras por um único motivo: a localização do setor de visitantes no Allianz Parque. O espaço fica no anel inferior e entre os setores sul e leste do estádio – destinados aos palmeirenses. A separação só é feita por grades. Há, ainda, um anel de alviverdes exatamente acima do local destinado aos visitantes. Este terá que ser interditado, para evitar arremesso de objetos. Consequentemente, o clube verde e branco deixará de vender assentos e lucrar.

<p>Mário Gobbi disparou contra o presidente do Palmeiras</p>
Mário Gobbi disparou contra o presidente do Palmeiras
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

Mário Gobbi demonstrou mágoa com o presidente do Palmeiras. Tudo porque Nobre defendia a realização do clássico com torcida única também por motivos financeiros.“Fico muito triste com o Paulo Nobre. Tinha ele com um amigo e um dirigente real. Tive na minha mão o Alan Kardec e não fiz o negócio por respeito a ele. Mas você armar isso aqui, falar em prejuízo de 12 mil cadeiras... Se não vier ingresso, eu vou me sentir traído”, completou, ainda antes de a FPF voltar atrás e permitir a presença de corintianos no Allianz Parque.

Minutos depois das críticas de Gobbi, o Palmeiras, por meio de nota oficial, tentou manter laços com o Corinthians. O clube alviverde garantiu que Paulo Nobre ainda tinha "apreço" pelo presidente corintiano e garantiu que ele entendia o "momento de pressão" vivido por aquele que chamou de "seu amigo". "O Palmeiras reitera o seu respeito pelo presidente Mário Gobbi e pelo Sport Club Corinthians Paulista, com os quais sempre manteve um excelente relacionamento, como comprovaram os casos Alan Kardec e Dudu. O presidente Paulo Nobre reafirma seu apreço pessoal pelo presidente Mário Gobbi e entende perfeitamente o momento de pressão vivido por seu amigo", dizia a nota.

Depois que a Federação Paulista de Futebol recuou e permitiu que os corintianos comparecessem ao Allianz Parque, porém, Mário Gobbi deu uma "trégua" nos ataques a Paulo Nobre. Mais calmo, até definiu a rusga com o presidente alviverde como um "equívoco resolvido". "Quero agradecer ao presidente da Federação pela sensibilidade e ao presidente do Palmeiras, Paulo Nobre. Vamos levar isso como um equívoco resolvido, assim que os ingressos chegarem. E que Deus abençoe a todos!", decretou.

Ataque também à FPF

Mário Gobbi também disparou contra a Federação Paulista de Futebol antes de a decisão por torcida única ser revertida. O dirigente alvinegro revelou que conversou com Reinaldo Carneiro Bastos, vice-presidente da FPF, e que, a partir daí, só se irritou mais. O motivo? O MP havia decretado que o primeiro clássico entre Palmeiras e Corinthians depois do deste domingo também teria torcida única.

“Sim, cara pálida, e não vale para São Paulo x Santos, Santos x São Paulo, Palmeiras x São Paulo? Como fazemos na Libertadores? Torcida única, cota de ingressos? O que vai sair dessas cabeças geniais que cuidam do futebol brasileiro?”, disparou Gobbi.

O presidente do Corinthians também disse que, então, sugeriu a Reinaldo que a FPF criasse uma norma de clássicos com torcida única em todo o Campeonato Paulista - para ser mais justo. Algo que foi rejeitado. “Ele não fez isso, porque não quer problema com o São Paulo, com o Santos, com o MP, com a Justiça. Não quer problema com o Palmeiras. Então ficamos diante desse quadro triste, lamentável”, decretou. 

No fim, contudo, deu tudo certo para Gobbi e para o clube alvinegro: o primeiro dérbi da história do Allianz Parque terá torcedores de Palmeiras e de Corinthians.

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Fonte: Terra
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