Palmeiras pede cuidado, mas elenco não abre mão de vida social
Logo após a confusão em aeroporto argentino que resultou em corte na orelha de Fernando Prass causado por uma xícara atirada por membros da Mancha Alviverde, o presidente Paulo Nobre cortou relações com as organizadas, mas pediu também aos atletas que tivessem cuidado com sua segurança. Os atletas, no entanto, não querem se limitar a ficar enclausurados em casa.
"Temos que ter outra vida também, não só a profissional. Não somos só jogadores do Palmeiras, temos família e amigos. Talvez em alguns momentos tenhamos que abrir mão disso", falou Márcio Araújo, adotando até um tom de lamentação.
"O momento que vivemos no Palmeiras é de unir forças, elenco, torcida, diretoria, para darmos a volta por cima. Precisamos fazer isso para termos nossa vida social, como nossos filhos, mulher...", disse o capitão Henrique ao SporTV.
Apesar da vontade de estar bem na vida extracampo, o temor existe, embora o termo "medo" venha sendo evitado pelos atletas. Além do episódio em Buenos Aires, nesse domingo, antes do empate sem gols com o São Paulo no Morumbi, pichações nos muros do Palestra Itália diziam que os jogadores iriam "apanhar" caso não vencessem o clássico.
"Claro que existe o receio por um acontecimento desagradável não só a nós, mas à nossa família. A maior preocupação é de quem não está conosco", comentou Márcio Araújo, ressaltando, porém, que nada aconteceu. "A semana começou como buscamos: com paz, trabalhando, se esforçando. Vai ser sempre assim, se dedicando e buscando um bom ambiente para nós", afirmou o volante.
O discurso é por conscientização dos revoltados. "A cobrança tem que existir, mas precisa ser construtiva, que te apoie, incentive, e ajude. Isso com certeza vai dar fruto no nosso trabalho. Tudo isso que aconteceu, o tumulto, só tende a atrapalhar", enfatizou Henrique.