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Romário critica FPF e sugere falha em controle antidoping no Paulista

21 mai 2013 - 21h06
(atualizado às 21h08)
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Romário publicou texto com acusações sobre a FPF
Romário publicou texto com acusações sobre a FPF
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O deputado federal Romário (PSB-RJ) usou as redes sociais nesta terça-feira para fazer denúncia sobre a Federação Paulista de Futebol (FPF), que tem como presidente Marco Polo del Nero, vice da Confederação Brasileiro de Futebol (CBF). O ex-atacante disse que recebeu informação que diz que a entidade estadual utilizou o laboratório da Universidade de São Paulo (USP) para fazer os exames antidopagem do Campeonato Paulista, que não é credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

"A CBF está aceitando que a Federação Paulista de Futebol realize os exames dos jogadores que disputam o Campeonato Paulista no Laboratório da Universidade de São Paulo. Esse desrespeito nos leva a suspeitar dos resultados apurados naquele laboratório, que podem contribuir para esconder resultados positivos que, assim, não seriam do conhecimento da Fifa e da própria Wada e, se descobertos, poderiam ser desconsiderados, justamente por não serem de um laboratório credenciado", disse Romário em texto publicado pelo Facebook.

Veja choro de Romário ao ver primeiro título de filho:

"Não seria por esse motivo que não temos observado notícias sobre casos de doping registrados no Campeonato Paulista? Não é estranho? Eu acho, muito estranho e perigoso", questionou o deputado. A reportagem do Terra tentou entrar em contato com a FPF, mas não obteve resposta.

Romário lembrou que, na América do Sul, somente o Ladetec, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é credenciado pela Wada. O laboratório foi responsável por confirmar o doping do meia Deco, do Fluminense, que foi flagrado com a substância furosemida em seu organismo. O atleta alega que não consumiu o diurético de forma consciente.

Confira a seguir na íntegra o texto publicado por Romário:

"Galera, boa noite

Hoje tive acesso a uma informação sobre um problema que muito preocupa o nosso esporte em geral e o futebol em particular: DOPING. Não só porque o uso de substâncias proibidas torna a disputa desleal, mas porque é um prejuízo a longo prazo para a saúde do atleta que se vale desse triste recurso.

Obtive a informação de que a CBF está validando exames de controle antidoping em laboratório que não é credenciado pela Agência Mundial Antidoping, a conhecida WADA, em inglês. Na América do Sul, apenas um laboratório é credenciado pela WADA, o Ladetc, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi o Ladetec, inclusive, que realizou, com exemplar profissionalismo, todos os exames dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Agora, de forma inerte, a CBF está aceitando que a Federação Paulista de Futebol realize os exames dos jogadores que disputam o Campeonato Paulista no Laboratório da Universidade de São Paulo. Esse desrespeito nos leva a suspeitar dos resultados apurados naquele laboratório, que podem contribuir para esconder resultados positivos que, assim, não seriam do conhecimento da FIFA e da própria WADA e, se descobertos, poderiam ser desconsiderados, justamente por não serem de um laboratório credenciado.

Não seria por esse motivo que não temos observado notícias sobre casos de doping registrados no Campeonato Paulista? Não é estranho? Eu acho, muito estranho e perigoso.

O resultado de se realizar exame antidoping em laboratório não credenciado pode levar a situações como a vivida pelo volante Rodrigo Souto. A Corte Arbitral do Esporte divulgou o laudo do julgamento realizado em 13 de janeiro, na cidade do México, considerando "nulo" o processo da Conmebol que punia Rodrigo Souto com dois anos de suspensão.

Conforme notícia divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo, a WADA acolheu a prova de que o laboratório uruguaio que realizou a análise da urina do atleta não é credenciado pela WADA e que o réu não teve direito à ampla defesa.

Rodrigo Souto foi flagrado dopado na vitória do San José por 2 x 1, em Oruro,na Bolívia, em março de 2008, pela fase de grupos da Copa Libertadores. O exame detectou a presença de traços de cocaína na urina do meio-campista.

Observem o prejuízo sofrido pelo atleta e seu clube, o Santos, que se privou dele durante o primeiro turno do Brasileirão de 2008. Em seguida. A FIFA o liberou após o recurso dos advogados.

Pois são situações assim que jogadores e clubes paulistas estão na iminência de enfrentar ao confiaram os exames a um laboratório não credenciado pelo órgão máximo de controle do doping mundial, a WADA.

A CBF não pode ser relapsa a ponto de ignorar a responsabilidade dos laboratórios credenciados. Um país que vai receber a Copa do Mundo deve dar exemplo de respeito às normas internacionais do esporte. Mas não é isso que o Senhor José Maria Marin demonstra ao fechar os olhos para a ação irregular da Federação Paulista de Futebol que, por sinal, tem no seu comando o vice-presidente da CBF, Marco Polo del Nero. Náo é outra coincidência estranha, muito estranha? Eu acho".

Fonte: Terra
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