Saída de T. Ribeiro eleva erros do Santos a quase R$ 100 mi
A iminente saída do atacante Thiago Ribeiro, que não treinou no gramado na última atividade do Santos, na terça-feira, e está perto de acerto com o Atlético-MG, faz o clube aumentar, ainda mais, o prejuízo com seus investimentos nos últimos anos. Só com o camisa 11, o Santos joga fora cerca de R$ 10 milhões que pagou para o seu retorno, em julho de 2013. A conta dos desperdícios, no entanto, atinge quase os R$ 100 milhões.
Após a geração Neymar, o clube já perdeu R$ 6,7 milhões investidos com a contratação do lateral esquerdo chileno Eugenio Mena, que acertou com o Cruzeiro após entrar com ação trabalhista e conseguir uma liminar. As partes fizeram um acordo recente para o término amigável do vínculo, que terminaria em dezembro de 2017.
Entra na conta, em processo similar, o volante Arouca, que também chegou a acordo, após briga na Justiça, para deixar o clube e se transferir para o rival Palmeiras. Por Arouca, o Santos investiu R$ 8 milhões em 2010 e mais R$ 1 milhão em 2013. Assim como Mena, o clube se ressarciu de parte do percentual adquirido à época com venda a Teisa, grupo formado por santistas influentes, com quem acumula dívidas devido aos fracassos nos negócios.
O pior caso, no entanto, envolve o centroavante Leandro Damião, maior contratação da história do clube, por R$ 42 milhões. Ele foi emprestado ao Cruzeiro, mas o Santos não conta mais com o atleta. Na batalha judicial com o jogador, em sua proposta para acordo da dívida, está a manutenção do contrato de quatro anos e a permissão para que permaneça no clube mineiro no período.
O prejuízo ainda aumenta anualmente, já que o valor pago pelo grupo maltês Doyen Sports é inflacionado a cada novo ano, segundo o acordo contratual.
A conta de erros ainda tem cerca de R$ 18 milhões investidos nas contratações de Ibson e Henrique, no segundo semestre de 2011. A dupla não só não emplacou, como foi cedida em negociações. Ibson foi envolvido com o Flamengo nas vindas do lateral direito Galhardo e do zagueiro David Braz, além do clube carioca ter assumido a última parcela da negociação, em torno de 1 milhão de euros (R$ 2,6 milhões à época).
Henrique, por sua vez, entrou na negociação por Montillo. O Santos permaneceu com 30% de seus direitos econômicos, mas sabe que, dificilmente, irá reaver valores já que o atleta tem 29 anos e pouco mercado internacional.
O próprio meia Elano, um dos líderes do atual elenco, está no bolo. O jogador foi a principal contratação para a campanha vitoriosa da Copa Libertadores da América de 2011, mas saiu desvalorizado, em troca com o Grêmio pelo argentino Ezequiel Miralles. O clube pagou cerca de R$ 6,5 milhões em sua contratação.
Ainda engloba a lista o atacante argentino Patito Rodriguez, emprestado ao futebol da Malásia. Por Patito, o Santos investiu cerca de R$ 2,5 milhões. O jogador já foi seguidamente emprestado e é visto como um fardo financeiro, principalmente pelo alto salário, no clube.
O centroavante André também está entre os negócios mal sucedidos. Em 2012, Santos pagou aproximadamente R$ 4,5 milhões por 25% de seu percentual e o empréstimo de um ano e meio junto ao Atlético-MG. O jogador, no entanto, já estava em baixa na carreira e passou todo o período lutando contra a balança.
Com relação a Thiago Ribeiro, a ideia é cedê-lo e trazer dois jogadores em troca. Os mais cotados são o meia Giovanni Augusto, que tem a situação dificultada por imbróglio judicial com o clube mineiro, e o zagueiro Emerson. Outras opções também são avaliadas. Thiago foi comprado junto ao Cagliari, da Itália, e tem contrato até o fim de 2018.