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Santos e Corinthians, clássico de dramas e "lateral-goleiro"

21 mar 2009 - 08h32
(atualizado às 10h33)
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Nos anos 90, heróis improváveis como Elias e Guga se transformaram em personagens marcantes na história do clássico, que se repete neste domingo.

Elias, o lateral que virou goleiro

Elias Severino Rosa não passou de um lateral-esquerdo razoável que vestiu a camisa do Corinthians por três temporadas marcadas por regularidade. Mas em 8 de dezembro de 1993, ele teve sua participação mais marcante com a camisa corintiana. Justamente, em um clássico contra o Santos.

Sempre temperamental, o goleiro corintiano Ronaldo agrediu Darci, meia do Santos, e acabou expulso. A partida era válida pelo quadrangular final do Campeonato Brasileiro daquele ano e o cartão vermelho veio justamente quando os santistas venciam por 1 a 0. Foi aí que Elias entrou em ação. O Corinthians já havia feito as duas substituições - na época era o limite imposto pela Fifa.

"Precisávamos de um goleiro e era o Rivaldo que ia jogar no gol, mas o Mário Sérgio (então treinador) não deixou. Aí então eu falei que ia, pois sempre 'brincava' no gol nos treinamentos. O Mário ainda perguntou se eu ia mesmo. Falei que sim", recorda Elias, que só foi exigido em um lance do ataque santista nos cerca de 15 minutos em que ficou embaixo dos paus.

A iniciativa de Elias, aliás, surtiu efeito. Aos 40min, Rivaldo, que não virou goleiro, conseguiu o empate. E Viola, logo em seguida, virou o placar para o Corinthians, mantendo vivas as chances de ir para a decisão daquele Brasileiro. Ninguém, porém, foi mais celebrado que o "lateral-goleiro" corintiano.

"Eu me lembro que a torcida do Corinthians gritava 'Elias Seleção' e o Zetti era o goleiro daquela época", brinca o ex-jogador, atualmente supervisor de futebol do Palmeiras de Cuiabá, onde vive nos dias de hoje. O clássico contra o Santos, porém, foi sua participação mais marcante no Parque São Jorge.

"Fiz muitas amizades boas, como o Neto e o Ronaldo. Um dia o Corinthians veio jogar em Cuiabá e fizeram uma homenagem bem legal para mim", recorda Elias, um herói improvável naquele 8 de dezembro de 93.

Mesmo com a vitória, o Corinthians acabou eliminado na competição. A vaga em um dos quadrangulares ficou com o Vitória, que perdeu a decisão para o Palmeiras.

Guga, o predestinado goleador santista

Se você perguntar na Vila Belmiro por Alexandre da Silva, provavelmente pensarão que se trata de algum funcionário. Mas basta falar o nome de Guga para que tudo se esclareça. Centroavante com passagens médias por Flamengo, Botafogo, Bahia, Atlético-MG e Goiás, ele só teve mesmo grande carreira no Santos, em que foi artilheiro do Campeonato Brasileiro de 93. E em sua marcante trajetória com a camisa santista, nada foi mais memorável para Guga que os confrontos com o Corinthians.

"Fiz muitos gols contra o Corinthians, contra quem tive os melhores momentos da minha carreira no Santos e sempre conseguia fazer gols. Fiquei marcado por isso e todos que vêm de São Paulo sempre se lembram disso", afirma Guga, 44 anos, que hoje mora em Ilha Grande, no Rio de Janeiro, onde ganha a vida realizando passeios de escuna.

Em Santos, onde a rivalidade com o Corinthians é levada às últimas conseqüências, Guga se aproveitou do entusiasmo de enfrentar o grande rival provocava. Por duas oportunidades, o centroavante santista fez três gols nos corintianos. Uma delas, em vitória no Paulista de 92, pondo fim a um tabu de quatro anos sem triunfos do clube de Vila Belmiro. Dois anos depois, também no Estadual, repetiu a trinca em trepidante vitória por 4 a 3.

"A rivalidade era muito grande e quando conseguíamos ganhar era uma festa. A motivação era a mesma de sempre, mas acho que eu tinha muita sorte", lembra. Não bastasse o fato de balançar as redes, Guga ainda conseguiu marcar dois desses gols de forma belíssima, incluindo ambos na galeria dos mais bonitos da história do confronto entre Santos e Corinthians.

"O gol que fiz de bicicleta foi o mais bonito da minha carreira. Aliás, um outro também, no 4 a 3, está entre os mais bonitos. Foi de cabeça, subi sobre o Gralak (zagueiro do Corinthians na época)", recorda o matador santista, ídolo na Vila Belmiro nos difíceis anos do início da década de 90, em que a política intitulada "pés no chão" enxugava os investimentos e dificultava o fim do já incômodo jejum de títulos.

"Isso foi uma coisa maluca da direção. Era muito difícil e o momento que o Santos vivia não era bom. Então a pressão era muito grande, mas eu fazia a minha obrigação de centroavante", afirma Guga, que usa o coração para apontar o favorito para este domingo.

"Torço muito pelo Ronaldo, que merece voltar para a Seleção Brasileira e tem toda essa motivação. Mas acho que o Santos ganha e esse menino, o Neymar, joga muita bola. Por mais que eu adore o Ronaldo, continuo sendo santista", admite.

O Corinthians recebe o Santos no Pacaembu, em partida do Campeonato Paulista, às 16h (de Brasília) deste domingo.

Elias (em pé, 2º à dir) jogou parte de clássico contra Santos no gol
Elias (em pé, 2º à dir) jogou parte de clássico contra Santos no gol
Foto: Gazeta Press
Fonte: Especial para Terra
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