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PE: "Vai morrer", confusão e pedrada em bebê espantam público

18 mar 2013 - 19h27
(atualizado às 19h28)
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“Uh, vai morrer”. Foi assim que a torcida do Sport respondeu ao anúncio feito pelo sistema de som da Ilha do Retiro de que os torcedores do Náutico seriam os últimos a deixarem o estádio, no último domingo. A provocação poderia passar em branco, se um alvirrubro não tivesse corrido risco de vida ao ser atingido na cabeça em uma confusão anterior e se após o jogo um bebê de apenas dois anos não tivesse sido atingido por uma pedrada, que o levou a ser atendido no mesmo Hospital da Restauração onde foi internado o torcedor Lucas Lyra.

Torcedores do Náutico tiveram de esperar para sair após a torcida do Sport no último domingo
Torcedores do Náutico tiveram de esperar para sair após a torcida do Sport no último domingo
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Faltando cerca de 10min para a partida terminar, era esperado que os poucos torcedores do Náutico que tiveram coragem de comparecer ao estádio fossem escoltados para deixar as imediações do Sport Club do Recife antes da torcida rival, que estava em bem maior quantidade. Mas, após seguidos casos graves de violência em 2013, a única medida efetiva tomada pelas autoridades foi a proibição da entrada das torcidas organizadas nos estádios. Mesmo assim, para quem estava na Ilha do Retiro, foi evidente que a ameaça aos alvirrubros veio da arquibancada onde a Torcida Jovem do Sport continua se reunindo, diminuindo apenas o uso do amarelo.

O menino de dois anos que foi atingido por uma pedra no olho durante uma briga entre torcedores do Sport e do Santa Cruz, ontem, continua internado no Hospital da Restauração (HR). O garoto estava em um ônibus no Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, quando se iniciou uma briga entre torcedores dos dois times e, infelizmente, uma pedra acertou a criança na cabeça.

O bebê foi socorrido para o Hospital Pelópidas Silveira e, em seguida, levado para o Hospital da Restauração. Ele foi submetido a uma tomografia e não apresentou lesão neurológica. Levou oito pontos, está consciente e passa bem, mas continua sob observação. A família do menino de dois anos aguarda que diminua o inchaço no rosto para que ele possa ser submetido a novos exames.

Após o alvirrubro Lucas Lyra, de 19 anos, ter sido baleado em fevereiro, as torcidas organizadas foram proibidas de entrar nos estádios. No entanto, nenhuma ação efetiva foi tomada nem mesmo para aumentar a segurança nos ônibus, já que o jovem foi atingido justamente por um integrante de milícia armada para fazer a segurança dos veículos de transporte público. O resultado é que poucos se sentem seguros em ir ao estádio e, mesmo com a promoção de notas fiscais por ingressos (através do Programa Todos com a Nota, do Governo do Estado), o público no primeiro clássico foi decepcionante, assim como o da maioria das partidas do Estadual.

Os menos de 20 mil torcedores que foram à Ilha do Retiro assistir a vitória do Sport por 2 a 1 contra o Náutico viram um bom jogo, com uma virada dos donos da casa nos últimos minutos e um golaço dos visitantes. No entanto, dificilmente os alvirrubros se sentirão seguros para voltar à Ilha do Retiro, caso os dois times voltem a se enfrentar em 2013 (caso o encontro volte a ser realizado na fase decisiva do Estadual). E, pela falta de ações efetivas para prevenir a violência, o mais provável é que cada vez mais pessoas passem a ver as partidas pela televisão.

Fonte: Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
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