PUBLICIDADE

Campeonato Pernambucano

Perto do 1º título, treinador do Santa não quer pensar no futuro

12 mai 2013 - 07h29
(atualizado às 07h29)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Marcelo Martelotte estreou como treinador em 2012, no Ituano, e já disputa seu primeiro título agora no Santa Cruz<br /><br /> </p>
Marcelo Martelotte estreou como treinador em 2012, no Ituano, e já disputa seu primeiro título agora no Santa Cruz
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

O treinador Marcelo Martelotte tem uma história de identificação com o Santa Cruz, pois ele era o goleiro tricolor no histórico Pernambucano de 1993. Naquele ano, o seu time conseguiu uma virada sobre o Náutico após grande parte da torcida ter saído do Arruda e conquistou um dos mais lembrados títulos do Estadual até hoje. Mesmo assim, o técnico sofreu para ser reconhecido logo após sua chegada.

A eliminação precoce na Copa do Nordeste e a sombra do até pouco tempo queridíssimo Zé Teodoro, treinador responsável pelo bicampeonato do Santa Cruz, foram os principais obstáculos para o ex-goleiro até agora. Mas Marcelo Martelotte conseguiu se firmar, ganhou a confiança da torcida e a admiração dos cronistas pernambucanos, que em sua grande maioria já lhe colocam como o melhor técnico do Pernambucano 2013.

Sem fazer treinos secretos, escalando o time com antecedência, Marcelo Martelotte já marcou com a sua maneira à moda antiga de comandar, mas deixará sua marca como técnico para sempre caso realmente conquiste o tricampeonato, já que a 42 anos o time tricolor não conquista três títulos em sequência no Pernambucano. Para isso, precisa apenas de um empate neste domingo e mesmo em caso de derrota ainda terá outra chance na próxima semana, já que o Santa Cruz venceu a primeira partida da final por 1 a 0.

Em entrevista ao Terra, o ex-goleiro falou sobre como se preparou para ser treinador, dos problemas que teve na sua chegada ao Santa Cruz, como fez para ganhar a confiança da apaixonada torcida tricolor e da perspectiva de conquistar seu primeiro título como técnico. "Acho que esse é um momento tão especial que você tem de desfrutar, então se eu fosse pensar em qualquer coisa que não fosse relacionado ao clássico de domingo eu não estaria fazendo o meu trabalho da maneira mais correta e nem desfrutando desse momento. Então, eu penso assim meu futuro é domingo e o mais longe que eu consigo pensar hoje é o jogo de domingo contra o Sport".

Terra - Como foram os momentos de crise no Arruda?

Marcelo Martelotte - Eu não cheguei a temer (pela desconfiança no início e após a eliminação da Copa do Nordeste), até porque a gente entende o comportamento do torcedor. Era um comportamento e a gente falou muito disso após alguns jogos que ainda vinha de uma frustração do ano anterior, principalmente da Série C do ano passado. Então o torcedor tinha uma desconfiança maior da equipe desse ano e do momento que a gente vivia. Então eu entendo como um comportamento típico de um torcedor que ainda não confia no trabalho e numa equipe de uma forma geral. Por outro lado, eu sempre tive um contato muito aberto com a diretoria e ela sempre me passou a confiança no trabalho e eu sempre tive a liberdade para seguir com o meu trabalho. Vocês que viram desde o início viram que não mudou nada com relação ao que a gente vinha fazendo, então eu acho que até as dificuldades nos fortaleceram para chegar a esse momento

Terra - Quando começou a virada para conquistar o torcedor?

Martelotte - Começou com o clássico contra o Náutico. A gente entrou ali em uma sequência de jogos importantes, uma sequência de três jogos contra o Náutico, dois contra o Sport, ainda a partida contra o Inter (pela Copa do Brasil) e até o jogo que nós perdemos foi o que nos deu a classificação, então foi um jogo favorável. Então, entendo que esses clássicos que tem um peso maior na visão principalmente do torcedor foi o essencial para que a gente ganhasse essa confiança de uma maneira geral, não só eu, não só o meu trabalho, mas a equipe foi se encorpando mais até chegar nesse momento de decisão com os pés no chão, mas com consciência de que podemos ganhar o título.

Terra - Como vê a possibilidade de conquistar o primeiro título como treinador?

Martelotte - O título sempre tem um gosto especial, independente de qual função você exerce. Tive títulos como jogador e alguns títulos no Santos como auxiliar, e até trabalhando como técnico nas campanhas, mas normalmente nas finais como auxiliar. Também tem um gosto especial, principalmente título de Libertadores e o bicampeonato Paulista, que agora pode se transformar em um tetra. Mas é lógico que você dirigindo a equipe desde o início do campeonato e fazendo toda essa trajetória até chegar à final acaba tendo um gosto especial, para mim seria muito importante que a gente coroasse essa campanha com um título, não só para mim como para os jogadores também.

Terra - Como será seu futuro no Santa Cruz?

Martelotte - No momento mais difícil você não pensa que vai embora. E nesse momento não penso no ano que vem. Ainda não penso na Série C, apesar da gente ter falado desde o início do ano que é a nossa prioridade. Esse é o momento de pensar no Campeonato Pernambucano, no dia-a-dia até a final. Acho que esse é um momento tão especial que você tem de desfrutar, então se eu fosse pensar em qualquer coisa que não fosse relacionado ao clássico de domingo eu não estaria fazendo o meu trabalho da maneira mais correta e nem desfrutando desse momento. Então, eu penso assim meu futuro é domingo e o mais longe que eu consigo pensar hoje é o jogo de domingo contra o Sport.

Terra - Como foram seus dez anos de preparação?

Martelotte - Eu me preparei. Já faz dez anos que eu parei como atleta e eu entendo que passei em todas as etapas que um treinador deve passar, trabalhei em divisões de base, como auxiliar durante algum tempo, até chegar ao Santos trabalhando como auxiliar em uma comissão técnica permanente de um clube grande. Até assumir a responsabilidade realmente de dirigir, comandar, que foi praticamente no ano passado, o Ituano no segundo semestre. Então, eu acho que é o aprendizado e o caminho que o treinador deve fazer para chegar em um momento mais difícil que não são as decisões e sim as derrotas, e poder chegar aos títulos. Então, na verdade a preparação vem desse período desde 2003, quando encerrei minha carreira como atleta, até agora em 2013 com a possibilidade de conquistar o primeiro título como técnico.

Fonte: Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade