Santos sonha repatriar Wesley, mas esbarra em alta pedida do Werder
21 dez2011 - 15h27
(atualizado às 17h13)
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Klaus Richmond
Direto de Santos
O Santos sonha repatriar Wesley para o seu centenário, mas encontra dificuldades no alto valor pedido pelo Werder Bremen, da Alemanha. Negociado com o clube alemão em agosto do último ano, o volante deseja voltar ao Brasil para se aproximar da Seleção Brasileira.
O Terra apurou que a pedida inicial dos alemães é de 6 milhões de euros (R$ 14,5 milhões) a serem pagos em até três anos, mesmo ainda sem um acerto sobre o número de parcelas. Para tirá-lo do clube alvinegro, em 2010, o Werder investiu 10 milhões de euros (cerca de R$ 23 milhões à época) e agora só o libera em definitivo.
A possível negociação é conduzida pelo empresário do jogador, Roberto de Almeida, que, até então, teve todas as alternativas de retorno negadas. Wesley, por sua vez, passa férias no interior de São Paulo.
"Tem uma possibilidade dele voltar para o Brasil, mas não há nada com o Santos. Digo até que a chance de retorno é bastante remota, eles ainda querem o Wesley na Alemanha", disse o agente ao Terra, para depois reforçar a condição imposta pelo Bremen.
"Lá não tem nem conversa de empréstimo. Não fazem nada a não ser venda. Converso com o Santos, mas esse assunto não está encaminhado", completou.
Wesley deseja o retorno por não ter se firmado completamente no clube alemão, ficou mais de quatro meses parado por lesão na virilha, e pelo distanciamento das chances de voltar a Seleção Brasileira. Logo que foi vendido, ainda sob reflexos de boas atuações no Santos, foi chamado para a terceira convocação da era Mano Menezes.
"Por enquanto não tem nada. É um jogador que nos interessa, mas que está bem lá e por enquanto não há chances de retorno", disse Nei Pandolfo, gerente de futebol do Santos.
Ainda em 2011, o meio-campista chegou a visitar os ex-companheiros santistas no CT Rei Pelé e reforçou que se optasse por voltar ao Brasil priorizaria o Santos. Ele possui contrato com o Werder Bremen até junho de 2014.
No jogo mais esperado da temporada para o Santos, praticamente não houve jogo. Diante de um espetacular Barcelona no último domingo, o time da Vila Belmiro foi massacrado por 4 a 0 pela final do Mundial de Clubes e ficou com a bola 27% do tempo, passando longe de incomodar os campeões. O time espanhol é dominante também na Europa, mas a facilidade encontrada por Messi e companhia contra os brasileiros foi muito acentuada. Por isso, confira os sete erros capitais do Santos no Mundial
Foto: Reuters
1 - Provocações desnecessáriasOs santistas, em sua maioria, adotaram discurso humilde antes da decisão. Mas alguns estavam com a língua afiada. O presidente Luis Alvaro chamou o Barcelona de "time dos euros" e disse que foi gostoso dizer "não" por Neymar; Muricy falou que Guardiola só seria "nota 10" se fosse campeão no Brasil; Pelé declarou que Neymar é mais completo que Messi; e o lateral Léo, logo após a Libertadores, disse que queria ver se o Barcelona era "tudo isso"
Foto: AFP
2 - Polêmicas fora de horaO anúncio de Ganso a respeito da venda de 10% de seus direitos ao grupo DIS, desafeto político da diretoria santista, aconteceu às vésperas do Mundial e pegou o clube de surpresa, deixando o ambiente pesado. Também não ajudaram as reclamações de Léo e Elano - o lateral nega discussão com Muricy, mas sempre deixou nas entrelinhas sua insatisfação com a reserva; já o meia desabafou após ter jogado mal e sido substituído contra o Kashiwa Reysol
Foto: AP
3 - Ausência de treinos coletivosCausou espanto nos treinos do Santos no Japão a ausência de um coletivo, para ver o time completo em ação em uma nova formação. Mesmo com o elenco sem atuar em um jogo oficial por duas semanas, Muricy preferiu dar ênfase a atividades mais leves e só treinou a saída de bola da equipe, com trocas de passes curtos, antes da estreia contra o Kashiwa Reysol. Outra crítica foi aos frequentes passeios dos jogadores ao longo do dia
Foto: AP
4 - Falta de esquema tático definidoMuricy arriscou uma mudança tática de última hora para enfrentar o Barcelona, sem nunca tê-la treinado em uma sequência de partidas - o que poderia ter sido feito na reta final do Brasileiro, quando o Santos pensava só no Mundial. Tirando Elano e colocando Léo, o time passou para um 3-5-2 que virava 4-4-2 quando o ala santista era "empurrado" para trás por Daniel Alves, que jogou de ponta direita. O desentrosamento no sistema custou caro
Foto: Reuters
5 - Mudança de postura na finalO lema "ousadia e alegria" de seu principal jogador não foi incorporado pelo Santos diante do Barcelona. Acostumado a tomar a iniciativa e concentrar seu jogo no ponto forte do elenco - o ataque, com Neymar, Ganso e Borges - o time de Muricy plantou sete atletas na defesa e isolou o trio ofensivo do restante do time. Nas raras vezes em que recuperava a bola, o Santos não tinha opções de passe para sair da pressão sufocante dos espanhóis
Foto: Reuters
6 - Marcação frouxa no meio de campoApesar de ter adotado postura defensiva, a marcação do Santos foi péssima. Normalmente com quatro jogadores enfiados na própria área (Léo recuava) e outros três logo à frente dela, a equipe deu ao Barcelona todo o espaço do mundo na intermediária - justamente onde jogam os melhores passadores do time espanhol. Xavi, Iniesta e Fàbregas tiveram tempo à vontade para distribuir passes, e Messi circulou livremente sem ser seguido de perto
Foto: Reuters
7 - Falhas individuais decisivasPor mais que o Barcelona tenha se mostrado muito superior a qualquer time que o Santos já tivesse enfrentado, erros individuais também tiveram grande influência no resultado. Durval falhou nos dois primeiros gols ao não conseguir cortar os passes; Borges e principalmente Neymar perderam chances de frente com Valdés após ótimas bolas de Ganso. O camisa 10, apesar das duas boas jogadas, foi apático e não se mexeu o bastante para receber a bola