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Maior ídolo recente do Palmeiras, Marcos se aposenta dos gramados

4 jan 2012 - 17h34
(atualizado em 5/1/2012 às 10h16)
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Miguel Amado
Direto de São Paulo

O pentacampeão Marcos não prosseguirá sua carreira na temporada de 2012. Na tarde desta quarta-feira, o gerente de futebol César Sampaio, ex-companheiro do goleiro no título da Copa Libertadores da América de 1999, anunciou a aposentadoria do camisa 12. Marcos conviveu nos últimos anos com lesões, responsáveis por impedirem uma sequência maior de jogos do titular da Seleção na Copa do Mundo de 2002.

"A gente teve uma reunião com o Marcos agora e ele oficializou que pendurou as chuteiras. É um momento difícil. Ele disse que refletiu bastante com os familiares e também com o corpo dele, e este sinalizou que era o momento de parar. A gente engrandece a pessoa e o que ele representou e representa para a instituição", confirmou o dirigente palmeirense.

A decisão confirma a previsão anteriormente traçada pelo goleiro de se retirar dos gramados antes do início da temporada 2012. Por conta dos problemas físicos, Marcos planejava se aposentar ao final do Campeonato Brasileiro de 2011. No entanto, como permaneceu afastado em virtude das lesões, o decreto sobre a continuidade da carreira era uma incógnita.

Entretanto, logo no dia da reapresentação do elenco palmeirense, Sampaio anunciou o fim da carreira do jogador. "É uma decisão difícil, mas creio que esse período serviu para que ele pudesse estar junto aos familiares e ter uma reflexão. Mais um ano com esses problemas físicos e o que ele ganharia em termos de projeção, visibilidade? Ele chegou nessa posição que tinha mais a perder do que a ganhar", discursou o dirigente.

Segundo divulgou o próprio clube, Marcos concederá entrevista na próxima semana, na Academia de Futebol, para se manifestar sobre a aposentadoria. O agora ex-jogador permanecerá dois meses afastado do Palmeiras, de férias, e definirá o futuro dentro do clube, em algum cargo da diretoria ou da comissão técnica de Luiz Felipe Scolari.

O Palmeiras anunciou que haverá uma partida de despedida para Marcos, mas ainda sem data e adversário definido - o goleiro não estará presente no amistoso do próximo dia 14, contra o Ajax, da Holanda. A ideia do clube é preparar uma enorme festa para o último contato do camisa 12, como atleta de futebol, com o torcedor.

"Quem tem que ser ouvido hoje é o Marcos, e ele disse que ele quer os dois meses de férias. Como amigo, temos que respeitar o que ele tanto fez pela instituição. Até o meio de ano é o prazo para a gente. Ele não merece um puxadinho, merece algo da grandeza dele, como atleta e amigo", assegurou César Sampaio.

Exemplo de amor à camisa no futebol moderno

A carreira de Marcos pode ser classificada como uma das mais bonitas dos últimos anos. Mesmo consagrado e objeto de desejo de grandes clubes europeus durante a trajetória dentro dos gramados, o goleiro deu um raro exemplo de "amor à camisa" no futebol moderno. O camisa 12 permaneceu os quase 20 anos de vida futebolística na mesma instituição: a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Com a camisa alviverde, Marcos conquistou os maiores títulos da organização paulista. Campeão brasileiro nos anos de 1993 e 1994, o goleiro alcançou o auge da carreira. Em um espaço de apenas três meses, deixou o banco de reservas para se tornar um dos principais responsáveis pelo título inédito da Copa Libertadores da América de 1999, a maior glória obtida pelo Palmeiras até hoje.

Já tratado como ídolo, Marcos conquistou ainda mais a torcida na edição seguinte da competição sul-americana. Embora tenha passado por um péssimo momento de pressão, após falhar na decisão do Mundial de 1999 (não conseguiu interceptar um cruzamento de Ryan Giggs, que resultou no gol do título do Manchester United, marcado por Roy Keane), o goleiro se tornou símbolo da vitoriosa geração alviverde ao novamente impedir o arquirrival Corinthians de seguir no torneio.

Na semifinal, Marcos defendeu o pênalti cobrado por Marcelinho Carioca, principal ídolo corintiano na época, e classificou o Palmeiras à decisão da Libertadores de 2000 - competição na qual o time acabou como vice-campeão.

Ídolo consolidado dentro do clube, Marcos atingiu o Brasil inteiro em 2002. Goleiro de confiança do técnico Luiz Felipe Scolari, o representante palmeirense vestiu a camisa 1 da Seleção Brasileira e teve participação fundamental na conquista do pentacampeonato, especialmente na decisão contra a Alemanha.

As grandes atuações despertaram o interesse europeu. O Arsenal, depois de conhecer o goleiro palmeirense na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, buscou a contratação de Marcos. Entretanto, na contramão do futebol moderno de negócios, o jogador rejeitou a proposta e seguiu na instituição alviverde, apesar do rebaixamento à Série B do Brasileiro em 2003.

Marcos passou pela pior crise da história palmeirense sem ter o respeito adquirido durante o fim da década de 90. O jogador seguiu convivendo com lesões, alguns vexames (como a goleada de 7 a 2 para o Vitória, pela Copa do Brasil de 2003, no Palestra Itália) e grandes atuações. O último título conquistado pelo camisa 12 no único clube da carreira foi o Campeonato Paulista de 2008.

FICHA TÉCNICA

Nome: Marcos Roberto Silveira Reis
Posição: Goleiro
Cidade de nascimento: Oriente (SP)
Nascimento: 4 de agosto de 1973
Altura: 1,93 m
Camisa preferida: 12
Jogos pelo Palmeiras: 530
Jogos pela Seleção Brasileira: 29
Clubes: Palmeiras
Títulos: Campeonato Brasileiro (1993 e 1994); Campeonato Paulista (1994, 1996 e 2008); Copa do Brasil (1998); Copa Mercosul (1998); Copa Libertadores (1999); Torneio Rio-São Paulo (2000); Copa dos Campeões (2000); Campeonato Brasileiro Série B (2003).

Pela Seleção: Copa América (1999); Copa do Mundo (2002) e Copa das Confederações (2005)

César Sampaio anuncia aposentadoria de Marcos; veja:
Fonte: Terra
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