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Por filho, família faz bar "virar" arquibancada do Beira-Rio

14 mai 2012 - 08h40
(atualizado em 17/5/2012 às 23h52)
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Gonçalo Valduga
Direto de Porto Alegre

Enquanto o Internacional enfrentava o Caxias neste domingo pela final do Campeonato Gaúcho, do lado de fora do Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), uma família dava a sua prova de amor ao clube do coração. Gercino Silveira e Graciane Silva, ambos de 32 anos, tinham um dever a cumprir quando se trata de uma família de colorados. O filho do casal, Giovanne Silveira, 7 anos, jamais havia entrado no Beira-Rio. Sem ingressos na mão, o jeito foi, ao menos, levar o menino o mais próximo possível da partida.

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Vindos de Viamão, cidade da região metropolitana a 30 km da capital, a família precisou se dedicar para acompanhar o jogo. O lugar escolhido foi o tradicional Lucas Bar, na Avenida Padre Cacique, um dos dois únicos estabelecimentos nos arredores do estádio que transmitem os jogos na TV. O local não oferece cadeiras aos clientes, o que obriga os torcedores a ficar em pé, transformando-o numa arquibancada à parte do Beira-Rio.

O preço dos ingressos foi a razão para que a família desistisse das entradas - a mais barata para não sócios saía por R$ 30. Gercino, que é marceneiro, e Graciane, operadora de caixa, precisam economizar. "A grana está curta e não temos para pagar esse valor entre três. Um dia a gente chega lá e vira sócio", projetou ele, com uma expressão esperançosa.

No Lucas Bar, a família Silveira achou um pequeno canto para se instalar. Por todos os lados, mais de 50 torcedores colorados se aglomeravam em frente às duas televisões, dificultando a visão do pequeno Giovanne - mas o garoto não parecia incomodado. A cada grito do pai, ele pulava distribuindo sorrisos e balançando uma bandeira do Inter presa às costas.

Em mais de duas horas, apenas Gercino saiu do espaço onde a família estava, dirigindo-se até o balcão para comprar uma garrafa de refrigerante. Os três beberam e voltaram a atenção novamente sobre a TV. Até mesmo as idas ao banheiro foram esquecidas.

O gol de Michel, abrindo o placar aos 26min do primeiro tempo, assustou a família, mas não o suficiente para que perdesse a alegria de estar perto da festa. "A esperança é a última que morre", afirmou o pai, logo após novo revés do Inter, com Nei perdendo um pênalti. A frase surgiu como um alento ao pequeno estreante em maratonas em pé. "Vamo, vamo, Inter", gritou Giovanne, pedindo o acompanhamento dos pais.

No segundo tempo, a virada com Sandro Silva e Leandro Damião, aos 25 e 26 minutos, levou os três viamonenses ao êxtase. Gritaram, se abraçaram e tentaram acompanhar os cânticos da multidão que vinham de dentro do campo. Com o fim da partida, o marceneiro correu para o meio da rua, seguido pela mulher e o filho. Comemoraram e responderam com gritos de "é campeão" aos buzinaços de motoristas que dirigiam pela avenida. Em homenagem ao Inter, Gercino prometeu um ingresso ao filho para uma próxima final.

A poucos metros do bar, o Fiat Uno vermelho da família, com uma bandeira pendurada sobre o porta-malas, os aguardava para o retorno a Viamão. A maratona chegava ao fim depois de quase três horas em pé. Para eles, ver o filho comemorar a vitória, ainda que fora do Beira-Rio, tinha valido a viagem. "Viemos de longe, mas não tem problema. É uma alegria estar aqui", afirmou Gercino. Antes de partir, Giovanne parou para dar um último olhar de admiração ao Beira-Rio, provavelmente imaginando o momento em que poderá conhecê-lo.

Família de torcedores  colorados posa para foto
Família de torcedores colorados posa para foto
Foto: Gonçalo Valduga / Terra
Fonte: Terra
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