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Técnico da Francana conta com Aloísio para sonho de ascender

30 jan 2013 - 10h22
(atualizado às 11h17)
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Aos 50 anos de idade, Márcio Máximo já atua como treinador de futebol há 20, mas ainda sonha em fazer sua carreira decolar. Com experiência em quatro continentes, ele é mais lembrado por dirigir a Tanzânia que foi goleada pelo Brasil às vésperas da Copa do Mundo. Passagens pelas seleções de base da CBF recheiam o currículo do atual comandante da Francana.

Máximo foi contratado para dirigir a centenária equipe do interior paulista no final de 2012, com a missão de levá-la ao acesso à Série A2 do estadual pela primeira vez nos últimos sete anos. Aceitou o desafio como uma aposta em si mesmo e no renascimento da tradicional Veterana.

"A Francana é um desafio interessante. Preferi ficar aqui pra investir na minha carreira. Em São Paulo existe uma cultura de acesso, de se começar na A3 e terminar na A1. Esse é meu objetivo", explicou o treinador, em entrevista exclusiva à GE.net.

A principal arma para o treinador chegou à Franca pouco mais de um mês após ele. Aloísio Chulapa, de 37 anos, campeão mundial com o São Paulo em 2005 é considerado pela diretoria a maior contratação da história do clube. Um esquema será construído em torno do veterano atacante.

"Ele vai ter a preparação física individualizada, como deve ter nessa idade, para que possa produzir o máximo. E vamos colocar jogadores que possam ajudá-lo, principalmente com velocidade pelos lados, para que ele seja responsável pela finalização", afirmou o treinador. Aloísio entrará em campo pela primeira vez com a camisa da Francana nesta quarta, diante do Sertãozinho. Máximo aposta no centroavante para embalar a ascensão do clube e da própria carreira.

Confira na íntegra a entrevista exclusiva de Márcio Máximo:

GE.net: Depois de rodar o mundo, porque a Francana e o Campeonato Paulista Série A3?

Márcio Máximo:A Francana é um desafio interessante. É clube de muito tradição, fez 100 anos e estamos motivados para fazer um trabalho condizente com essa tradição. Eu tinha outras propostas para trabalhar. Do Norte ao Sul, do Rio de Janeiro. Tive propostas de voltar para África, da Ásia, e também da Macedônia, mas optei em vir para a A3 de São Paulo e ter condições de ascender. Em São Paulo, existe uma cultura de acesso, de se começar na A3 e terminar na A1. Preferi ficar aqui pra investir na minha carreira. Esse é meu objetivo.

GE.net: E o que você espera da Francana nesta temporada?

Márcio Máximo: Ficamos um mês organizado a estrutura e armando a base. Contamos com um elenco de 25 jogadores, que são da própria Francana. 70% dessa base é de jovens e o restante de atletas mais experientes. Temos um elenco que ganha campeonato, mas formado dentro das nossas limitações.

GE.net: Quanto a contratação do Aloísio foi importante para a equipe?

Márcio Máximo:Aloísio vai acrescentar muito com a experiência dele. Vamos usá-la para que isso seja um suporte para os outros atletas que não têm essa bagagem toda. As referências que tenho dele são as melhores possíveis. É um cara de grupo. Tivemos informações de que ele foi bem no CRB. Ele vai ajudar muito.

GE.net: Além da experiência, qual a expectativa da contribuição dele em campo?

Márcio Máximo:Ele é centroavante. Temos que fazer um sistema que o ajude também. Vamos colocar jogadores que possam ajudá-lo, principalmente com velocidade pelos lados, para que ele seja responsável pela finalização. Temos a equipe bem formada, com algumas variações no sistema e, pelo menos, três situações diferentes.

GE.net: O Aloísio acumula um histórico de lesões musculares nos últimos anos (nota da redação: em 2012, foram apenas 20 jogos pelo CRB, com dois gol marcados) . Isso não preocupa?

Márcio Máximo:Sabemos das limitações. 37 (anos) não são 17. Ele vai ter a preparação física individualizada, como deve ter nessa idade, para que possa produzir o máximo. Mas tudo depende do comprometimento do atleta com o trabalho.

GE.net: São apenas cinco meses de contrato com o Aloísio, que já disse planejar jogar o Brasileirão. Você já pensou em alguma estratégia para tentar mantê-lo por mais tempo em Franca, sobretudo se forem disputar a Copa Paulista?

Márcio Máximo:O crescimento profissional é ambição de todos nós. É válida a ambição dele de sair da A3 e ir pra série C, B ou A. Isso é estimulante, motivante. Todos os atletas devem ter. É saudável. Nem tenho que pensar em convencê-lo a ficar. Espero que a Francana seja um degrau para ajudar ele a conseguir os objetivos.

Em 2011, ele forçou a saída do Brusque para voltar ao CRB. Você não teme que isso possa se repetir com a Francana?

Márcio Máximo:Somos otimistas, sempre nos preparamos para o melhor. Estamos contando com ele para efetivamente ajudar na melhora da equipe. Não posso pensar em cima do problema do Brusque.

GE.net: Você fala em uma base jovem entre 17 ou 18 jogadores. Quais são os nomes que podem despontar nesta Série A3?

Márcio Máximo:Temos o Wagner e o Heitor, jogadores de muita velocidade e técnica. Chegou também o Filipinho, do Comercial, que é muito rápido. E Luizão é um centroavante de área característico.

GE.net: Já são sete anos sem acesso e uma eventual decepção de nem se classificar para a Copa Paulista (nota da redação: classificam-se os nove primeiros da A3) praticamente encerraria o ano para você e para o clube. Existe cobrança da diretoria por conta do investimento?

Márcio Máximo:A pressão maior é a nossa mesmo. Quando nos propomos a um desafio como esse, é a nossa própria exigência que nos motiva. A torcida é exigente, mas temos um apoio muito grande da cidade, que sabe da nossa limitação: é um clube q tem tradição e com uma limitação financeira muito grande. É um fator limitante, mas isso não no inibe. Confiamos que isso não vai acontecer e que vamos chegar. Futebol é um jogo como qualquer outro e tudo pode acontecer.

GE.net: Com essa confiança, você e a Francana já pensam no segundo semestre, na Copa Paulista? Existe algum projeto em mente já pra 2014 na A2?

Márcio Máximo: Não adianta pensarmos em acesso sem pensar em classificar primeiro, para poder ter o acesso. A primeira meta é ficar entre os oito, pra depois ascender à A2. É um campeonato difícil, teremos 19 jogos. Copa Paulista vai ser consequência do que fizermos na A3.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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