Europa? Países árabes? China é novo eldorado brasileiro
A cada temporada, os profissionais do futebol (jogadores, técnicos e empresários) olham para o mercado de trabalho atento às mudanças que a economia impõe. A Europa e os países árabes sempre apareceram como grandes opções para um futuro garantido. No entanto, o mercado asiático, em especial a China, surgiu como um eldorado recente para os brasileiros.
Com economia forte e clubes esbanjando dinheiro, os mais experientes abriram portas na China. Elkeson, Conca, Muriqui e outros encararam o desafio de mudar radicalmente a trilha no mapa do futebol em busca da independência financeira. O Brasil sempre foi um mercado exportador de mão-de-obra qualificada, e os chineses já viram este poder de compra.
Em período de treinos no Brasil, o Shandong Luneng contratou Diego Tardelli, uma das principais armas do Atlético-MG nos últimos anos e atual jogador da Seleção Brasileira. Ele se junta aos outros 12 brasileiros que estão no clube, como o técnico Cuca e os atacantes Vagner Love e Aloísio.
Na década de 1990, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins apareceram no cenário mundial quando compraram Ronaldo do ex-jogador Jairzinho e o levaram do São Cristóvão ao Cruzeiro. Depois, a Europa abriu as portas para o jogador, algo que a China não faz.
"É complicado mandar jogador jovem para a China. O ideal é mandar mais velhos, acima de 27 anos. Não é aconselhável mandar os mais novos porque eles alimentam o sonho de jogar na Europa. É um sacrifício para o jogador brasileiro atuar na China, mas eles vão para fazer a independência financeira. A China busca jogadores experientes e com mídia, como Conca e Tardelli", avaliou o empresário Reinaldo Pitta em entrevista à Rádio Bradesco Esportes.
Para o ex-empresário de Ronaldo, o mercado asiático tem poder de crescimento. "Esta situação do mercado asiático se deve ao momento que atravessa a economia dos países de lá. Antigamente, o mundo árabe e o mercado europeu ocupavam este espaço. A tendência é crescer e é mais um concorrente quanto ao investimento em grandes jogadores. A divulgação do futebol agrada a todos", destacou Pitta, ciente que o Brasil não é o único alvo na exportação dos jogadores.
"O mercado do futebol é como qualquer outro exportador. Fazemos jogador com qualidade. O dos Estados Unidos vai crescer também. O futebol é a maior multinacional do mundo. Este efeito não acontece só com o Brasil. Argentina, Colômbia e Paraguai vivem assim também. Somos formadores e eles compradores", finalizou.
Além dos 13 brasileiros (entre jogadores e membros da comissão técnica do Shandong), o futebol chinês tem outros brasileiros em ação, como Elkeson, Ricardo Goulart e Alan (ex-Fluminense) no Guangzhou Evergrande, e o Shangai Dongya tentou o atacante Fred, mas fechou com o argentino Conca.