City esbanja milhões em mercado econômico dos grandes ingleses
Dassler Marques
Enquanto o Liverpool foi o segundo clube a mais investir para a temporada, com 40 milhões de euros (R$ 104 milhões), o Manchester City esbanjou, investindo praticamente o triplo. Turbinado pela fortuna do árabe Mansour bin Zayed Al-Nahyan, o antigo primo pobre de Manchester não poupou esforços para tentar um lugar na edição 2010/11 da Liga dos Campeões e até mesmo o título do Campeonato Inglês.
O dinheiro investido pelo City serviu para reforçar a defesa, com Kolo Touré, ex-Arsenal, o meio-campo, com Gareth Barry, ex-Aston Villa, e o ataque, com três nomes de impacto: Roque Santa Cruz, ex-Blackburn, Carlos Tévez, ex-Manchester United, e Emmanuel Adebayor, outro que atuava no Arsenal.
Enfraquecer os principais rivais indiretamente, em especial o Aston Villa e o Arsenal, também ajuda o Manchester City a se aproximar de seus objetivos. "Eles investiram muito e em jogadores já adaptados à Inglaterra. É lógico que leva um tempo para ter o entrosamento, mas com qualidade isso vem mais rápido. Hoje são uma potência, vamos aguardar como vai se comportar", diz Lucas, brasileiro do Liverpool.
"Agora a equipe do Arsenal é um ano mais velha, chegou na semifinal da última Liga dos Campeões e tem qualidade para brigar", analisa Lucas, que aponta Tottenham, Manchester City e Aston Villa como candidatos a atrapalhar os grandes. "Jogar com o Villa em Birmingham é muito difícil. Mesclam muitos jovens e experientes", acrescenta.
Orçamentos modestos
Depois de vários anos investindo aos tubos na contratação de reforços, os ingleses, com exceção feita ao City, tiraram o pé. Os clubes locais foram os mais afetados pela crise econômica e ainda sofrem com as altas taxas do fisco britânico. Todo esse cenário provocou ainda uma retração de patrocínios na última temporada, com uma queda de 11,7 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões) no valor total dos clubes da primeira divisão.
Reconhecidamente os clubes mais poderosos, Arsenal, Liverpool e Manchester United arrecadaram mais do que venderam no balanço de mercado. Nem mesmo a perda de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid, na maior venda da história, fez os atuais tricampeões colocarem a mão no bolso.
A queda nos investimentos também coincide com a ideia da Federação Inglesa em investigar e auditar os gastos, cobrando mais responsabilidade das gestões. Aplicado a partir dessa temporada, o regime já mostra consequências, com exceção do desenfreado Manchester City.
As cinco maiores compras dos clubes ingleses
Carlos Tévez - Man City - 29 milhões de euros
Emmanuel Adebayor - Man City - 29 milhões de euros
Roque Santa Cruz - Man City - 21,2 milhões de euros
Yuri Zhirkov - Chelsea - 21 milhões de euros
Glen Johnson - Liverpool - 20,5 milhões de euros