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Futebol Internacional

Ex-santista tem bom salário e "porrada" na Série B espanhola

6 out 2009 - 15h11
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Dassler Marques

Para jovens dos grandes nas principais ligas da Europa, é bastante comum ser emprestado a outra equipe menor. É exatamente a situação que vive o brasileiro Thiago Carleto, revelado pelo Santos. Comprado pelo Valencia no ano passado, ele agora tenta mostrar serviço pelo pequeno Elche, da Série B espanhola.

Carleto, 20 anos, descreve um cenário bastante diferente do que se pode supor para um clube de segunda divisão. Em relação à infraestrutura, expõe condições bastante razoáveis e, em termos de cobrança, exigência de time grande. Em troca disso, salários na faixa do que ganha um bom jogador de futebol brasileiro. Segundo ele, a média da Série B é algo em torno de 30 mil euros (R$ 78 mil).

"Eu pensava que era só no Valencia, mas aqui todos me conhecem, pedem autógrafo. O povo sabe quem sou, até porque fiz gol e, quando você vem emprestado de um clube grande, te veem com outros olhos. Se você faz um gol, sai em todos os jornais", descreve Carleto.

É importante perceber que Thiago, em tese, não é um jogador com nível de Série B. Ainda tem contrato por quatro anos com o Valencia e, por ser muito jovem, atravessa um período de adaptação no futebol europeu. A situação é diferente da de vários brasileiros que, de certa forma, têm carreira sólida em clubes menores da segunda divisão espanhola.

"Outro dia fomos jogar com o Levante e perguntei ao Igor, que é brasileiro e camisa 9 do time, de como que era a vida dele", conta Carleto ao Terra. "Ele disse que é boa, que ele ganha um dinheiro bom e está na segunda divisão há quatro ou cinco anos". Segundo o lateral do Elche, o objetivo do compatriota é ainda ter uma chance de jogar a Série A do Campeonato Brasileiro.

As condições de trabalho

O Elche Club de Fútbol, em que atua Carleto, é o principal clube da cidade de mesmo nome, localizada na província de Alicante e membro da comunidade valenciana. Apesar de ter população aproximadamente de 230 mil habitantes, seu estádio abriga até 41 mil torcedores - quase sempre, segundo o brasileiro, muito exigentes.

"O pessoal cobra pesado, o Elche é diferente. O bicho está pegando, porque o clube não anda bem. Já querem tirar o treinador e aqui na Espanha é a torcida que mantém o clube. Se a gente vai jogar em Sevilla e tem 40 torcedores do Elche, temos que ir lá recebê-los, tirar fotos...", conta.

A infraestrutura é boa - Thiago a compara com a do Santos -, mas a exigência é grande em treinamentos. Na grande maioria da Europa, os treinos físicos e mesmo com bola são bastante leves, com a preparação mais focada em musculação. Carleto diz que, no Elche, não tem moleza. "Aqui é porrada o dia inteiro, com treino em dois períodos. E o pessoal tem muita vontade".

O lateral brasileiro diz ter se dado bem com a transferência, financeiramente falando, porque recebe do Valencia e também do Elche, que o contratou por empréstimo. Além do dinheiro, o que Carleto mais tem ganhado é experiência. O que lhe anima para um possível retorno ao seu clube de origem.

"Até sondagem do Corinthians eu tive, mas pra mim foi vantagem ficar essa temporada aqui. Se ano que vem o Valencia ainda assim quiser que eu pegue experiência, aí prefiro voltar pro Brasil", afirma Thiago Carleto, que vai se saindo bem. É titular do time e marcou dois gols de falta nos dois primeiros jogos da segunda divisão espanhola.

Amadurecer, no caso de Thiago, que precisa brilhar para tentar um retorno, significa aprender a marcar melhor - fundamento crítico de nove entre dez laterais brasileiros. "Aqui não pode tomar bola nas costas. O jogador que mais marca é o melhor em campo", diz.

Thiago Carleto comemora: bom início na segunda divisão da Espanha
Thiago Carleto comemora: bom início na segunda divisão da Espanha
Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
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