PUBLICIDADE

Futebol Internacional

No Lecce e "de saco cheio", irmão de Kaká quer espaço no Milan

6 out 2009 - 15h07
(atualizado às 17h09)
Compartilhar

Dassler Marques

"Muitas vezes enche o saco ser irmão dele. Você conquista alguma coisa e as pessoas falam que foi por causa dele. Não veem que é um esforço meu". A frase é de Digão, o irmão mais novo de Kaká. "Carrego um peso grande nas costas, porque querem que eu faça as mesmas coisas que ele. A cobrança é maior, mas também quando faço uma coisa boa o elogio é maior".

Mais ou menos assim é a vida de Digão, bem diferente de Kaká: duas Copas no currículo, bola de ouro e melhor do mundo em 2007, com salários mensais que beiram os R$ 2 milhões pagos pelo Real Madrid, que o comprou junto ao Milan por R$ 169 milhões.

A realidade de Digão é outra. Nascido em 1985, três anos depois do irmão, ele também defendeu São Paulo e Milan. Por empréstimos, já jogou no Rimini, da segunda divisão italiana, e no Standard Liège, da Bélgica. Com a saída de Kaká para o Real Madrid e a cessão do caçula ao Lecce, o cordão umbilical de ambos definitivamente se rompeu.

Hoje, Digão tenta mostrar serviço no Lecce para, quem sabe, ter a chance de retornar ao Milan. Com contrato por mais quatro anos, o zagueiro de 1,94 m começará do zero na segunda divisão, ainda que por uma equipe que disputa torneios na elite.

"O Lecce varia muito exatamente porque revela muitos jogadores. Faz um time forte, sobe para a primeira divisão, e aí vende e se enfraquece", conta Digão ao Terra. "No ano passado, não foram bem e a acabaram caindo. Hoje, estão se reformulando com jogadores jovens para voltar e aí fazer um mercado que dê dinheiro".

Menos jogo, mais treinamentos

A rotina de segunda divisão não é uma novidade para Digão, que já havia disputado a competição pelo Rimini há três anos atrás. Como a quantidade de torneios jogados é bem menor, o dia a dia de trabalho se torna muito mais intenso. Até porque, na fanática Itália, a cobrança é sempre grande.

"Só temos jogos durante a semana, normalmente, uma vez por mês. Então se treina mais e se joga menos e na terça-feira isso é feito em dois períodos", afirma o zagueiro, que vê boas condições de trabalho no Lecce. "Está um pouco acima dos outros porque sempre está na Série A. Há campos de treinamento, salas de musculação, não falta nada. É claro que não tem as regalias que um jogador do Milan tem".

Atualmente na segunda divisão italiana há uma regra que limita a 19 o número de jogadores com mais de 21 anos em cada elenco. A medida serviu para estimular o desenvolvimento de mais talentos e, de quebra, frear os gastos dos clubes com salários. Hoje, são a maioria ganha 15 mil euros por mês (R$ 39 mil) no torneio que perdeu muita força nos últimos anos.

Em 2006/07, a Série B viveu seu ápice com a participação de Juventus, Napoli, Genoa, Bologna, Bari, Lecce, Brescia e Verona. Hoje, vive em crise, já a divisão de direitos televisivos não é mais feita com a primeira divisão, o que diminuiu a fonte de receita dos clubes.

Ainda assim, parece uma boa para o irmão de Kaká. "Para mim, o importante é jogar, porque tive lesão de joelho quando estava na Bélgica. Me encontrei bem, fui recebido por outros três brasileiros e pela torcida. Já estou acostumado por aqui.

Digão, contratado pelo Lecce no último mês, tenta a volta por cima em um clube modesto da Itália
Digão, contratado pelo Lecce no último mês, tenta a volta por cima em um clube modesto da Itália
Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade