Contra Portugal e C. Ronaldo, Espanha pega rival caseiro por final
- Dassler Marques
- Direto de Varsóvia (Polônia)
Ligados pela geografia, pela história, pela cultura, por seus elencos e por uma rivalidade recente, Espanha e Portugal decidem, às 15h45 (de Brasília), qual será o primeiro finalista da Eurocopa 2012. O jogo que opõe Casillas, Xavi e Iniesta a Cristiano Ronaldo e Pepe, entre outros personagens marcantes, ocorre em Donetsk, na Ucrânia, e define a equipe que aguardará por Alemanha ou Itália para a decisão no domingo, em Kiev.
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Para chegar a seu primeiro título mundial da história, há dois anos, os espanhóis tiveram que deixar Portugal pelo caminho na África do Sul, uma partida viva ainda na memória dos dois times. Ao lado da decisão contra a Holanda, provavelmente, o confronto das oitavas de final foi o mais tenso enfrentado pela Espanha, que iniciou sua sequência de quatro vitórias por 1 a 0, no mata-mata, justamente com a eliminação do vizinho. O gol foi de David Villa, fora da Euro por lesão, e o herói foi o reserva Llorente.
Se ajudou a Espanha a definir seu modelo de atuações na Copa do Mundo, o jogo serviu para consolidar uma mudança de ciclo entre os portugueses. Excessivamente voltados à defesa sob o comando do experiente Carlos Queiroz, os vizinhos dos espanhóis entregaram sua seleção ao rigoroso Paulo Bento, ex-volante e de algumas semelhanças com Dunga por seu perfil e até formação tática. Mais novo treinador da Euro, ele coloca Portugal entre os semifinalistas do torneio pela quarta vez na história.
O grande mérito de Bento na Eurocopa é ter formado uma equipe sólida o suficiente para deixar Cristiano Ronaldo mais perto do gol. Sem tantas obrigações defensivas, mas também sem ser o homem mais avançado do time, o camisa 7 superou um início de competição instável e deu a volta por cima com atuações dignas de um Bola de Ouro diante de Holanda e República Checa. Com três gols, divide a artilharia com Mario Gómez, da Alemanha, e Mandzukic, croata já eliminado.
Tudo isso, diga-se de passagem, com uma linha defensiva que evoluiu durante o torneio e pretende desafiar a competência dos espanhóis para abrir espaços no campo. Com os quase debutantes Rui Patrício e João Pereira, mais o ótimo Coentrão, Portugal tem dupla de zaga forte, com Pepe e Bruno Alves, e um trio de meio-campistas versáteis com Veloso, Moutinho e Meireles, o homem que deixa Cristiano livre. Postiga, lesionado, está fora, mas faz pouca falta após atuações ruins e dá lugar a Hugo Almeida.
Depois de uma atuação eficiente, segura e ao mesmo tempo burocrática contra a França, a seleção de Vicente del Bosque aparentemente se consolida com Fàbregas como falso centroavante e tenta uma partida de gala para calar os mais críticos, mas a vaga na decisão já é mais que suficiente. Na Euro 2008, a campanha do título se cristalizou após implacáveis 3 a 0 sobre a Rússia na semifinal.
Com a base campeã mundial mantida, apesar dos desfalques sentidos de Puyol e Villa, a Espanha se resume a seus três meio-campistas mais inteligentes. Xavi, o melhor da Euro 2008, segue como o principal passador do torneio, seja no índice de acerto ou no volume. Ele tenta se consolidar como o maior jogador espanhol de todos os tempos e, para isso, conta com Iniesta, em ascensão para quem sabe disputar a Bola de Ouro. A tríade se fecha com David Silva, principal garçom do Campeonato Inglês e um dos líderes do torneio.
Os times não devem ter surpresas. A Espanha promete ir a campo com: Casillas, Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Xavi e Xabi Alonso; David Silva, Fàbregas e Iniesta. Já Portugal não tem problemas além de Postiga. Jogam: Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves e Coentrão; Veloso, Moutinho e Raul Meireles; Nani, Hugo Almeida e Cristiano Ronaldo.
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