PUBLICIDADE

Futebol Internacional

Com bandeira da Alemanha, meia evita polêmica: "sou 90% italiano"

27 jun 2012 - 12h30
(atualizado às 12h32)
Compartilhar
Dassler Marques
Direto de Cracóvia (Polônia)

As chuteiras são laranjas, mas o que realmente chama a atenção nos pés de Riccardo Montolivo são as duas bandeiras que ele mostra enquanto bate com classe na bola. O meio-campista que defenderá o Milan na próxima temporada tem ali uma bandeira da Itália, seleção que defende, e também da Alemanha, que irá enfrentar na próxima quinta-feira, em Varsóvia, pela semifinal da Eurocopa. Por uma questão de conveniência, ele poderia remover o símbolo alemão, mas não parece disposto a isso.

» Torcedores agitam nos estádios da Eurocopa; veja fotos

"Assim são os calçados que uso desde que comecei a jogar, então não há razão para mudar agora", diz o novo titular de Cesare Prandelli após ótima participação contra a Inglaterra, no domingo, em substituição a Thiago Motta. A ligação do italiano de Caravaggio com a seleção rival é familiar. Sua mãe nasceu em Schleswig-Holstein, cidade alemã próxima a Hamburgo. Ele, que até respondeu pergunta em alemão na terça, fala realmente com carinho sobre o seu segundo país.

"Não posso esconder as minhas origens, uma parte de mim é alemão. Eu passo muitas férias de verão na Alemanha até os 15 anos, ainda tenho muito amigos por lá. Mas nasci e cresci na Itália, então me sinto 90% italiano. Amo esse país e amo a malha azzurra", explica Montolivo. Ele tem cidadania alemã e, se quisesse, poderia defender o país que irá enfrentar na próxima quinta.

Montolivo, entretanto, tem outros planos. Em sua grande oportunidade na seleção italiana, aos 27 anos, foi a solução encontrada por Cesare Prandelli para resolver a criação de jogadas da Itália no último setor do meio-campo. Encostado aos atacantes, o que é incomum para quem quase sempre jogou como volante, ele mostrou boa adaptação contra a Inglaterra. "Não sou um trequartista (meia-atacante), mas tento interpretar tudo. O treinador me deu um papel diferente, quer que a gente defenda naquela zona avançada".

Foi por ter marcação à frente e roubar a bola dos ingleses, no domingo, que a Itália fez seu melhor jogo na competição e chegou a 30 finalizações, embora tenha falhado e só avançou nos pênaltis. Montolivo, entende Prandelli, foi parte desse processo. "É difícil, você precisa jogar entre as linhas, dar os passes aos atacantes", diz. A situação mais dura do jogo, ainda assim, foi encarar o fato de ter perdido a segunda penalidade da série, quando parou no goleiro Joe Hart.

"Quando você perde, você sente o mundo inteiro em cima de você, mas voltei ao meio do campo e tive confiança. Estava certo que o erro não seria decisivo e, por sorte, não perdemos o jogo. Tive uma sensação positiva, mas fui abraçado por todos", definiu. Questionado se a Alemanha teme a Itália, nunca vencida pela rival em jogos oficiais, Montolivo, 10% alemão, negou. "Não creio em complexo de inferioridade, mas nos respeitam mais que outras equipes. Vamos tentar vencê-los novamente.

Descendente de alemão, Montolivo usa chuteiras com bandeiras de Itália e Alemanha
Descendente de alemão, Montolivo usa chuteiras com bandeiras de Itália e Alemanha
Foto: Reuters
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade