Euro: excluída das sedes, Cracóvia mantém brilho por veia turística
- Dassler Marques
- Direto de Cracóvia (Polônia)
A polonesa Cracóvia é daquelas cidades que, tamanha sua vocação para o turismo, não faz os visitantes mais tímidos se sentirem constrangidos de sacar uma máquina fotográfica do bolso. Com ótima infraestrutura, história rica e arquitetura ímpar, é o principal destino turístico da Polônia. Também tem o Wisla Cracóvia, mas a falta de um estádio para cerca de 40 mil pessoas possivelmente tenha sido o fator decisivo para que não recebesse jogos da Eurocopa 2012. Mas a exclusão não impediu a agradável cidade de brilhar.
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Com a partida da Itália para a disputa da semifinal de quinta-feira contra a Alemanha na capital Varsóvia, os cracovianos veem partir assim a terceira seleção que se concentrou na cidade. Holanda e Inglaterra, já eliminadas, também montaram suas bases para a Eurocopa por lá. Nenhuma cidade, seja da Polônia ou da Ucrânia, recebeu tantas seleções. E recepcionar, de fato, é o ponto forte de Cracóvia, o berço para a ascensão de João Paulo II a ser o primeiro papa não italiano em quase cinco séculos.
Compacta e com cerca de 750 mil habitantes, a cidade ajuda a explicar a história da humanidade. Três vezes devastada pelos mongóis no século XIII, Cracóvia preserva de maneira exemplar as suas construções medievais como o Main Market Square (um grande mercado com igrejas e um museu ao redor), o Castelo de Wawel (imperdível para qualquer tipo de turista), ou a Cidade Velha, tombada Patrimônio Mundial pela Unesco.
Quase tudo, entretanto, gira em torno dos aspectos religiosos. Há vários pontos turísticos que ajudam a entender a história de João Paulo II, como a casa onde morou e a famosa janela por onde saudava os fiéis. A recepção aos visitantes, aliás, é o ponto forte dos cracovianos. Pacotes com roteiros levam a todos os pontos, dos religiosos aos noturnos, e até aos famosos campos de concentração em Auschwitz. O acesso, seja aéreo ou ferroviário, é eficiente, e ainda é possível percorrer a cidade até por charrete.
Essa infraestrutura e a veia turística chamaram a atenção de três das grandes seleções da Eurocopa, ainda que a primeira fase de Holanda e Inglaterra fosse toda na Ucrânia. Cracóvia, mesmo sem receber jogos, se mobilizou, improvisou, montou sua própria fanzone (espaço para milhares de torcedores verem os jogos no telão) e novamente mostrou o porquê de ser um dos destinos mais atrativos do Velho Continente.
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