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Ex-candidato, Figo critica Blatter e cobra renúncia nos próximos dias

29 mai 2015 - 17h11
(atualizado às 17h30)
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O ex-jogador de futebol Luís Figo, que desistiu da candidatura à presidência da Fifa na semana passada, reclamando da forma como é o processo eleitoral, emitiu um comunicado de protesto nesta sexta-feira contra a vitória do suíço Joseph Blatter no pleito contra o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein.

"Se o sr. Blatter se preocupasse minimamente com o futebol, teria desistido de se apresentar à reeleição. Se tiver um mínimo de decência, terá de renunciar nos próximos dias", escreveu o ex-jogador, em português, inglês e espanhol, em sua página no Facebook. O eleito a melhor jogador do mundo em 2001 foi além.

"Confrangedora e cínica a reação de Sr. Blatter quando diz que não pode controlar todas as pessoas (da Fifa). Ofende a inteligência de todos nós. Foram essas pessoas que ele promoveu durante anos e que, juntamente com ele, fizeram da Fifa o que ela é hoje, um organismo decadente", acrescentou.Figo renunciou à candidatura à presidência há oito dias, assim como o holandês Michael van Praag. Desta forma, o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein ficou como único opositor, sendo derrotado nesta sexta.

"Não se pode liderar a Fifa fazendo tábua rasa das mais elementares regras de transparência, legalidade e democracia. Elas não estavam reunidas, como denunciei e se verificou. Ou Sr. Blatter sabia e foi conivente com os atos de corrupção e tráfico de influências, ou, se não sabia - como ele diz -, é porque não tem capacidade para liderar a Fifa. Não há outra forma de ver o problema", acrescentou.

A oposição acreditava em ter mais chance de vencer a eleição depois do escândalo que veio à tona na quarta-feira, quando sete dirigentes foram presos em Zurique, local da eleição da Fifa. O brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está entre os detidos.

Confira abaixo o comunicado de Figo:

Esta votação serviu apenas para endossar a eleição de um homem que não pode manter-se à frente do futebol mundial. Ao contrário do que Sr. Blatter disse, os acontecimentos da passada quarta-feira não mancham o futebol, mancham a Fifa e os responsáveis que conduziram a organização até aqui. O futebol não tem culpa de que os dirigentes do organismo máximo que o devia regular não tenham integridade, nem caráter.

Não se pode liderar a Fifa fazendo tábua rasa das mais elementares regras de transparência, legalidade e democracia. Elas não estavam reunidas, como denunciei e se verificou.

Ou Sr. Blatter sabia e foi conivente com os atos de corrupção e tráfico de influências, ou, se não sabia - como ele diz -, é porque não tem capacidade para liderar a Fifa. Não há outra forma de ver o problema.

Perante tantas evidências, o fato de o principal responsável pela Fifa ter chegado a este ponto ter sido reeleito diz bem de como a organização está doente.

Hoje foi outro dia negro em Zurique. Perdeu a Fifa, mas acima de tudo perdeu o futebol e todos aqueles que verdadeiramente se preocupam com ele.

Confrangedora e cínica a reação de Sr. Blatter quando diz que não pode controlar todas as pessoas. Ofende a inteligência de todos nós. Foram essas pessoas que ele promoveu durante anos e que, juntamente com ele, fizeram da Fifa o que ela é hoje, um organismo decadente.

Se Sr. Blatter se preocupasse minimamente com o futebol, teria desistido de se apresentar à reeleição. Se tiver um mínimo de decência, terá de renunciar nos próximos dias.

Não me arrependo de nada. Lutei, persisti, empenhei-me pela regeneração de uma organização que tem de mudar de rumo. Vivemos uma situação de emergência e o futebol é o principal prejudicado pela atual situação.

O que fiz foi denunciar o que vivi diretamente. Voltaria a fazê-lo e permaneço disponível para ajudar a FIFA a reerguer-se de tudo isto.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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