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Exclamações de um editor: uma visão da final da Liga dos Campeões

26 mai 2013 - 03h34
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17h, no metrô , as duas torcidas se confraternizam. Quem dera, no Brasil, se a tolerância com o adversário aumentasse!

Os torcedores do Borussia não parecem ter vindo com muita fé no resultado do jogo. Encontro um casal que viajou 14 horas seguidas de ônibus para ver a final. Nunca tinham vindo a Londres. Chegaram quatro horas antes do jogo e partem direto, após a final. Isto é fanatismo!

A saída dos trens e chegada ao estádio é tranquila e festiva. Há uma barreira de policiais no caminho para o estádio para que latas de cervejas e outras bebidas aparentes sejam descartadas. A partir desta barreira não é proibido, mas só se compra a cerveja vendida no estádio!

A emoção de entrar em Wembley é enorme. O estádio é imponente, um templo magnífico. Eu tinha assistido aqui o último jogo da Seleção Brasileira antes do estádio fechar para a reforma. Agora, é outra coisa... Na minha outra final de Champions, quando o Real Madrid venceu o Valência, em 2000, o Stade de France já era meu conhecido da fatídica final de 1998. Mas, pensando bem o Maraca é nosso!

Marin e Del Nero chegam ao estádio, junto com outros cartolas. Será que aprendem algo? Não vieram para aprender!

MAIS UM DUELO ENTRE BAYERN E BORUSSIA

19h30, cerimônia de abertura foi linda, curta e sem exageros. O futebol não permite excessos, como em outras cerimônias do esporte, nem antes e nem depois do jogo. Aqui, ninguém vem para ver show. Só se for de futebol! Houve até um certo ar de tradição medieval. Só faltaram os cavalos no campo. Naquela grama inglesa, seria duro tirá-los de campo!

Três brasileiros nesta final, dois em campo e o outro no banco. Mas os dois da defesa...Não produzimos mais os atacantes que o mundo gosta!

A torcida do Borussia é um pouco menor, mas muito mais animada e com sua equipe mais forte no início do jogo , calou a do Bayern. Eles mostram sua paixão e se impõe. Provam que torcida alemã sabe fazer muita festa e barulho. Mesmo numa arena moderna e com todos sentados em lugares marcados!

A filmagem do telão é de muita qualidade e complementa o que se vê no campo. Não como na maioria dos estádios brasileiros, onde as imagens do telão são distantes e não acrescentam nada ao espectador. Na Copa, imagino que vamos aprender!

A preocupação com a qualidade do espetáculo é tanta, que no intervalo 16 homens entram em campo com um instrumento para reparar o gramado em pontos onde tenha havido algum dano. A perfeita grama inglesa não pode decepcionar!

Aos 14 do segundo tempo, o Bayern abre o placar, a cabeçada do croata Mandzukic, que quase marcou no primeiro tempo, e sua torcida explode! Após o gol, vem um torcedor do Bayern no sistema de som do estádio e grita um grito de guerra que põe ainda mas lenha na fogueira.

Mas, os fãs do Borussia não sossegaram mais que dois minutos e começaram a cantar de novo. Não é à toa que a maior média de público do mundo é a deles: 80.552 pessoas a cada jogo, no último ano.

O pênalti cometido por Dante, já com cartão amarelo , devia tê-lo mandado para o chuveiro mais cedo. Ficou barato demais!

O Bayern sente o gol. Terceira final de Champions seguida. Terceira derrota? O futebol alemão evoluiu tanto que não parece alemão. Até que se presta bem atenção no jogo do Schmelzer... Tem alemão que ainda joga como alemão!

O Robben, com duas chances claras de gol, faz o seu no final e decreta os vencedores em Wembley. Não sei se é mais presente a alegria dos bávaros ou a tristeza da torcida amarela. O telão mostra uma jovem chorando. Eu quase choro junto!

O Bayern é o justo campeão e Robben o craque do jogo, mas a torcida do Borussia foi o que me marcou. Com seu canto e com faixas estendidas em direção ao campo, sem parar, até que seus jogadores, caídos no gramado desde o apito final, começaram a se levantar, como que içados pela paixão de seus torcedores.

No trem de volta do estádio, conheço um casal de brasileiros que foi ao estádio somente para sentir o clima do evento. E me contam a história do dia: quatro jovens baianos conseguiram comprar somente dois ingressos para a final. Pela módica quantia de duas mil e quatrocentas libras . Cada um contribuiu com 600 libras (mais de R$ 1.200) e decidiram que dois iriam ser sorteados para assistir à final e os outros dois só pagariam. A paixão pelo futebol faz cada loucura!

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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