Famílias de vítimas do atentado contra Togo entram na Justiça
As famílias de duas das vítimas fatais do ataque ao ônibus da seleção de futebol do Togo, em Cabinda, apresentaram, nesta sexta-feira, um processo judicial em Paris contra três partes: a guerrilha que assumiu o atentado, a Confederação Africana de Futebol (CAF) e o Governo de Angola.
Segundo o advogado togolês Alexis Aquéréburu, o processo está no Tribunal de Grande Instância de Paris, já que foi na França onde Rodrigues Mingas, líder da Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda-Posição Militar (FLEC-PA), assumiu o atentado.
Segundo o advogado, a CAF e seu presidente, Issa Hayatou, e o Estado angolano foram processados "por terem posto em perigo a vida de nossos compatriotas ao organizar a Copa Africana de Nações em uma zona de guerra".
De acordo com Aquéréburu, os familiares de Amélété Abalo, auxiliar técnico, e Stan Ocloo, chefe de imprensa da seleção togolesa, decidiram processar "os autores e seus cúmplices ativos e passivos" por "terrorismo e assassinato".
No último dia 8 de janeiro, Abalo, Ocloo e o motorista angolano do ônibus em que a seleção do Togo viajava para participar da Copa Africana de Nações, em Angola, foram mortos pouco depois de o veículo entrar no enclave de Cabinda, um território pertencente a Angola onde atuam grupos armados separatistas.
O ônibus foi metralhado durante 20 minutos, segundo declarações dos jogadores togoleses. O atentado, que também deixou oito feridos, foi assumido por Rodrigues Mingas, que mora em Paris como refugiado.