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Fifa deve realizar votação para decidir sobre publicação de relatório de Garcia

18 dez 2014 - 14h29
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O comitê executivo da Fifa começou nesta quinta-feira um encontro de dois dias, realizado sob esquema reforçado de segurança, no qual devem realizar uma votação para decidir se vão publicar o relatório do investigador de ética Michael Garcia sobre os polêmicos processos de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Presidente da Fifa, Joseph Blatter, chega para lançamento de filme em Berlim. 10/11/2014.
Presidente da Fifa, Joseph Blatter, chega para lançamento de filme em Berlim. 10/11/2014.
Foto: Hannibal / Reuters

O encontro, em um hotel de luxo em Marrakech onde até os jardins foram fechados para o público, começou um dia após Garcia ter deixado seu cargo em protesto pela forma como foi tratada sua investigação sobre as votações de dezembro de 2010 que deram à Rússia o direito de organizar o Mundial de 2018 e ao Catar a sede da Copa de 2022.

Fontes ligadas ao comando da Fifa indicaram que a votação pode ser mais apertada do que o esperado, e que a maioria dos membros do comitê executivo deve votar a favor da publicação da versão editada do relatório de Garcia, diante da crescente pressão pública sobre a federação.

O encontro contará com a presença de Domenico Scala, chefe do comitê de auditoria e compliance da Fifa e uma das seis pessoas que já tiveram acesso ao documento feito por Garcia.

Entre os membros do comitê executivo da Fifa que já defenderam publicamente a divulgação do relatório estão Jim Boyce, Jeffrey Webb, Moya Doidd, príncipe Ali Bin Al-Hussein, da Jordânia, e o presidente da Uefa, Michel Platini.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pode ter um papel crucial para convencer alguns dos membros indecisos do comitê a votar contra ou a favor da divulgação, de acordo com fontes da federação internacional.

A Fifa tem sido bastante questionada após uma série de escândalos de corrupção, e Garcia, ex-promotor dos EUA, era visto como uma das pessoas capazes de expor eventuais irregulares.

Até o momento, apenas um comunicado de 42 páginas divulgado pelo juiz de ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, foi divulgado e, apesar de ter identificado conduta inapropriada de uma série de candidatos, o texto não defendeu que o processo de escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022 fosse refeito.

Garcia disse que o comunicado de Eckert continha interpretações erradas e apresentou um recurso ao comitê de apelação da Fifa. A medida foi rejeitada na terça-feira, e Garcia renunciou 24 horas depois.

Sua demissão foi um baque para Blatter, que vinha exaltando o novo comitê de ética da entidade como pilar de um processo de reforma para tornar a Fifa mais transparente e menos suscetível a casos de corrupção.

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