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Terra na Copa

Fifa reduz exigência e custo de estruturas temporárias de estádios da Copa

30 jan 2013 - 16h31
(atualizado às 18h49)
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Após reclamações de governadores e prefeitos, a Fifa e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) decidiram flexibilizar algumas exigências relativas às instalações temporárias para o Mundial e a Copa das Confederações, que podem resultar numa redução de preços de 12 a 15 por cento, informaram nesta quarta-feira integrantes das duas entidades. O compromisso de bancar essas instalações não permanentes foi firmado pelos entes federativos ainda na candidatura do Brasil à Copa de 2014.

Preocupado com pouco uso de estádios para Copa de 2014, Marin admite transferir jogos de Campeonato Brasileiro
Preocupado com pouco uso de estádios para Copa de 2014, Marin admite transferir jogos de Campeonato Brasileiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra

A Fifa não cogita desembolsar recursos para ajudar Estados e cidades-sede, mas a flexibilização de obrigações pode acalmar prefeitos e governadores - alguns deles envolvidos em disputas sobre quem pagará pelas estruturas.

"É um acordo e compromisso das cidades. Não vamos pedir nada adicional se não for necessário para o evento... Reconsideramos pedidos que fizemos quando achamos que era demais", afirmou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, em entrevista coletiva.

Cada cidade-sede tem um custo estimado para essas instalações temporárias, e, no caso do Rio de Janeiro, as estimativas orçamentárias eram de aproximadamente 80 milhões de reais para os dois eventos. Em São Paulo, o estádio terá cerca de 20 mil lugares temporários para a abertura do Mundial e ainda não está fechado quem pagará por toda a estrutura - uma parceria privada pagará parte dela, no valor de R$ 35 milhões.

"Após rever as diferentes exigências, tem uma redução em média de 15 por cento. De 12 a 15 por cento", acrescentou Valcke.

Entre as estruturas temporárias de responsabilidade das cidades-sede estão gradeamento das arenas, montagem de barreiras no entorno dos estádios, centro de mídia, instalações para voluntários e outros. Nas concorrências para escolher as empresas que executariam os serviços envolvendo as instalações temporárias, em alguns casos foram detectados abusos de preço. Com a flexibilização de exigências, outro sinal dado pela Fifa e o COL é que não serão permitidas cotações extorsivas.

"Houve uma revista a essas instalações temporárias sem prejudicar a excelência do evento", declarou o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes. "Foi tudo em comum acordo, com COL, Fifa, cidades-sede. É uma sinalização clara de que não toleraremos abusos de preço."

Elefantes brancos

Uma preocupação com o pós-Copa do Mundo é que as arenas construídas ou remodeladas nas 12 cidades-sede não se tornem inoperantes. O receio reside prioritariamente nos Estados com menor tradição no futebol, mas que terão cidades como sedes em 2014, casos de Cuiabá, Natal, Brasília e Manaus.

A primeira arena a ficar pronta para a Copa das Confederações, a de Fortaleza, já enfrenta a ameaça de se tornar um elefante branco. Os times de maior tradição e torcida no Estado, Ceará e Fortaleza, não pretendem utilizar o estádio em seus jogos devido aos elevados custos de manutenção e operação.

O medo dos elefantes brancos vem desde a Copa da África do Sul, em 2010. As arenas estão sendo reutilizadas este ano na Copa Africana de Nações, mas o futuro continua incerto.

"Não são elefantes brancos, são estádios de 2010 que são reutilizados agora na Copa das Nações, que não pode ser na Líbia", rebateu o secretário-geral da Fifa.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, revelou que está negociando com clubes e federações estaduais maneiras de utilizar esses estádios em locais menos tradicionais. Uma das ideias, segundo Marin, é levar jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para esses estádios.

"Estamos conversando. Tem que ver a tabela do Brasileiro, o estatuto do torcedor, o mandante e outros fatores... Queremos um melhor aproveitamento", declarou o dirigente.

Marin confirmou que, além dos amistosos com Inglaterra (duas vezes), Itália e Rússia, o Brasil jogará antes da Copa das Confederações contra Chile e França, no Estádio do Mineirão e na Arena do Grêmio, respectivamente. "Está tudo certo. Com o Chile não há dúvida e com a França falta acertar detalhe com patrocinador", finalizou.

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