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Fim do ciclo do Barça, começo do reino do Bayern?

24 abr 2013 - 18h37
(atualizado às 18h41)
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Humilhado no jogo de ida das semifinais da Liga dos Campeões pelo Bayern de Munique (4-0), o Barcelona sonha com um milagre na segunda partida, mas não escapa da avalanche de dúvidas sobre o fim de seu ciclo hegemônico.

Os catalãs reviveram nesta terça-feira sua maior derrota na história da 'Champions'.

Dois 4-0 atormentam a trajetória do Barça nesta competição: na partida contra o Kiev em 1997-1998 e, sobretudo, o confronto mítico do 'Time dos Sonhos' de Johan Cruyff contra o Milan na final de 1994, que representou o fim do domínio da equipe que contava com craques como Romário, Stoickhov e Koeman.

Na quarta-feira, a imprensa espanhol não pôde evitar comparar as derrotas: "Fim de um ciclo" era o título do diário esportivo AS.

"O Barça viveu em Munique o mesmo destino do Time dos Sonhos, encerrando uma era esplendorosa que ainda contará com o título da Liga", diz o jornal.

Mesmo sendo sempre difícil prever uma mudança de ciclo, este prognóstico não parece ser leviano após as atuações durante as fases eliminatórias.

Os confrontos contra o Milan (derrota por 2-0 na ida, vitória por 4-0 na volta) nas oitavas de final e os empates com o PSG nas semifinais (2-2, 1-1) já mostravam as deficiências do jogo catalão, como posse de bola sem agressividade, fragilidade da zaga e Messi-dependência.

A hesitação do técnico espanhol Tito Vilanova em colocar sangue novo na partida, trocando Pedro por David Villa apenas aos 37 minutos do segundo tempo, também mostra a fragilidade de um elenco que deve sofrer mudanças, a principal delas sendo a chegada de Neymar após a Copa do Mundo de 2014.

Mas o fim de uma era significa o começo de outra, e o Bayern de Munique parece forte candidato ao posto de melhor equipe do mundo.

Além da indiscutível qualidade técnica de seu elenco e do domínio em campo, o campeão alemão é também um modelo de gestão econômica, e a humilhante goleada imposta ao Barcelona mostrou uma equipe digna de substituir os catalãs no Olimpo do futebol.

"Nunca vivi uma noite como essa. Foi um sonho que virou realidade", admitiu o dirigente bávaro Karl heinz Rummenigge.

Como contra a Juventus nas quartas de final (2-0 na ida, 2-0 na volta), a equipe de Jupp Heynckes brilhou pela qualidade de seu conjunto, um bloco sólido defensivo que anulou completamente o jogo dos maestros Xavi e Iniesta, além de impedir as arrancadas do genial Messi.

O empenho do meia francês Franck Ribéry, incansável na cobertura da lateral esquerda, e do meia espanhol Javi Martinez, que parecia se desdobrar em campo no combate aos armadores espanhóis, simbolizam a atuação perfeita do Bayern.

"Minha equipe joga um futebol extraordinário nesta temporada e está faminta. A chave da vitória foi a nossa força defensiva em conjunto com nossa criatividade ofensiva", exaltou Heynckes.

Com a possibilidade de conquistar a tríplice coroa nesta ano (Bundesliga, Copa da Alemanha, Liga dos Campeões), a equipe bávara pode superar seus predecessores gloriosos como a máquina de vencer dos anos 1970, que contava com o trio Gerd Muller, Franz Beckenbauer e Sepp Maier.

Os dirigentes do clube, porém, não parecem se contentar com isso e já começam a montar um time que terá a meta de dominar o futebol mundial por muito tempo.

Antes mesmo do fim da temporada, o Bayern já enriqueceu seu elenco com a compra de Gotze, maior promessa do futebol alemão.

De acordo com a imprensa alemã, a futuro reforço foi comprado por pedido de Pep Guardiola, treinador já contratado para comandar a equipe a partir da próxima temporada.

Robert Lewandowski, artilheiro polonês do rival Borussia Dortmund, que anotou os quatro gols da vitória por 4 a 1 sobre o Real na outra semifinal da 'Champions', também parece estar nos planos da equipe de Munique.

No Bayern, o dinheiro não parece ser um problema após o faturamento recorde de 332,2 milhões de euros em 2011/12, temporada sem nenhum título.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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