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Futebol Internacional

Futebol na Ásia é terreno fértil para armação de resultados

6 fev 2013 - 13h19
(atualizado às 16h10)
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Apesar do choque com a extensão do esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol revelada pela Europol na segunda-feira, não deve ser surpresa que os envolvidos no esquema tenham como base Cingapura, considerando o histórico de corrupção no futebol asiático.

Do escândalo dos "apitos dourados" no início dos anos 2000 na China ao caso dos 41 jogadores da Coreia do Sul banidos no mês passado pela Fifa por causa de jogos arranjados, o espectro da corrupção raramente passa longe do futebol no continente mais populoso do mundo.

Na segunda-feira, a agência europeia anticrime, a Europol, culpou organizações criminosas com base em Cingapura pela manipulação de resultados de centenas de jogos ao longo de três anos, desde 2008.

A força motriz por trás da combinação de resultados é a enorme quantidade de dinheiro apostada em futebol no continente.

O ex-chefe de segurança da Fifa Chris Eaton, agora chefe de um órgão anticorrupção, estima em 3 bilhões de dólares por dia as apostas em esporte, a maior parte no futebol e mais concentrada no Sudeste Asiático.

O relatório da Europol afirmou que a polícia alemã tem provas de que essas fraudes renderam ganhos de 8 milhões de euros (11 milhões de dólares), mas isso provavelmente é apenas a ponta do iceberg.

"É infinitesimal comparado ao que foi feito no mercado asiático", disse Eaton à Reuters nesta quarta-feira. "Provavelmente você pode multiplicar esse valor por cem para o que foi feito no mercado asiático. Estamos falando aqui de valores de uma grande economia."

Na China, onde as apostas são proibidas fora das Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau, um especialista da Universidade de Pequim estimou em 2009 que o jogo ilegal movimenta 150 bilhões de dólares por ano.

Com essas grandes somas envolvidas, não é nenhuma grande surpresa que os jogadores, membros da equipe e árbitros que ganham muito, muito menos do que os seus colegas europeus, tenham sido tentados pela corrupção e que a liga ficasse comprometida.

O ex-jogador Craig Foster, da Austrália, lembra ter-se deparado com o problema no início de 1990 quando jogou no Sudeste Asiático.

"Eu encontrei um mundo totalmente desconhecido, onde os jogadores não necessariamente jogavam para ganhar, ou para a equipe, mas em que sindicatos do jogo controlavam vários jogadores durante todo o campeonato e os pagavam para ganhar ou perder, de acordo com as probabilidades", escreveu ele no Sydney Morning Herald, nesta quarta-feira.

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