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Galo arranca "vitória típica" sobre Colo-Colo e se classifica na Libertadores

22 abr 2015 - 21h56
(atualizado às 22h06)
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Atlético-MG, Arena Independência, torneios eliminatórios e resultados dramáticos são ingredientes que nos últimos anos, quando reunidos, formam uma bela partida de futebol, e nesta quarta-feira não foi diferente: a equipe mineira superou a perda de um pênalti para vencer o Colo-Colo por 2 a 0 e se classificar para as oitavas de final da Taça Libertadores.

O Galo não demorou a fazer 1 a 0 no Horto, em Belo Horizonte, com Lucas Pratto, e poderia ter evitado, ou ao menos diminuído o sofrimento aos 23 minutos do segundo tempo, mas o goleiro Garcés defendeu penalidade cobrada por Guilherme. O gol salvador então saiu apenas aos 35, em lindo chute de Rafael Carioca.

Foi uma "repetição adaptada" do roteiro de confrontos como os decisivos no título continental de dois anos atrás, contra Tijuana, Newell's Old Boys e Olimpia, e contra Corinthians e Flamengo, na conquista da Copa do Brasil do ano passado.

Com o resultado, o campeão continental de 2013 foi a nove pontos no grupo 1, mesmo número do adversário, que foi superado no saldo de gols. O triunfo por um de frente fazia com que o Atlético fosse sendo derrubado no número de gols marcados.

A outra equipe classificada na chave foi o Independiente Santa Fé, que foi a 12 pontos ao bater o Atlas por 3 a 1 em Bogotá. Pérez, Roa e Rivera marcaram para a equipe colombiana, e Kannemann descontou para o representante do México, lanterna, com seis pontos.

Faltando apenas o encerramento do grupo 2, de Corinthians, São Paulo, San Lorenzo e Danubio, três são os adversários possíveis para o Galo nas oitavas, o próprio Corinthians, o Tigres ou o Internacional.

Para o Colo-Colo, campeão em 1991, a derrota representou a quinta eliminação na fase de grupos nas últimas cinco participações na competição da Conmebol. A última classificação aconteceu em 2007, ano em que caiu diante do América do México nas oitavas.

O Atlético mais uma vez não pôde contar com Marcos Rocha, que se recupera de uma lesão no tornozelo direito, nem com Leonardo Silva, com problemas musculares. Como Carlos César não está inscrito na Libertadores, quem entrou na lateral foi Patric, enquanto Edcarlos foi titular no miolo de zaga, inclusive usando a braçadeira de capitão.

Além disso, Leandro Donizete cumpriu suspensão. Dátolo então foi recuado para atuar como segundo volante, e Guilherme, decisivo na vitória sobre o Cruzeiro no último domingo, pelo Campeonato Mineiro, entrou como meia.

No Colo-Colo, o técnico Héctor Tapia, ex-atacante que defendeu o Cruzeiro em 2004, teve cinco baixas, entre elas as do goleiro Vilar, com passagem pela seleção paraguaia, além do meia Beausejour e do atacante Suazo, dois atletas que já defenderam o Chile em Copa do Mundo.

Como sempre faz quando precisa da vitória em partidas decisivas em casa, o Galo partiu para cima e encurralou o Colo-Colo em seu campo de defesa. Logo aos cinco minutos de bola rolando, Luan arriscou de fora da área e mandou rente à trave.

De tão pressionado, o time visitante ia muito pouco ao ataque, mas numa das poucas vezes que foi, aos 13, incomodou. Fierro cobrou escanteio da direita e Cáceres subiu sozinho, mas cabeceou por cima do travessão.

A insistência dos donos da casa deu resultado aos 18 minutos, e o artilheiro Lucas Pratto fez 1 a 0. Patric recebeu de Dátolo na direita e esticou para o centroavante, que, depois de desvio na marcação, ajeitou o corpo e chutou cruzado para superar o goleiro Garcés, que não fechou bem o ângulo.

O Colo-Colo tentou responder dois minutos depois em bonito lance individual de Paredes, que passou por dois na esquerda da área e deu um leve toque para encobrir Victor, mas exagerou na força e colocou na parte de cima da rede.

Mas o jogo era todo do Atlético, que voltou a pressionar aos 22. Patric avançou pela direita mais uma vez e fez o chuveirinho procurando Guilherme, que deixou passar. Douglas Santos apareceu enchendo o pé e parou em Garcés.

Acuada, a equipe chilena conseguia se defender bem e evitar ao menos que o adversário entrasse na área. Guilherme então bateu de fora, aos 32, e parou na defesa firme do goleiro. Pouco depois, aos 35, o camisa 17 pegou sobra na grande área pela esquerda e mirou o ângulo, mas a defesa desviou em escanteio.

Na volta do intervalo, o Galo demonstrou o mesmo apetite, mas tinha dificuldades na criação. Uma solução era a bola parada, e aos oito Dátolo cobrou falta na cabeça de Edcarlos, mas Cáceres interceptou a cabeçada e salvou o Colo-Colo.

O campeão da América em 2013 passou a investir nas jogadas pela esquerda, com Douglas Santos, mas dois cruzamentos seguidos do lateral, aos 15 e aos 17, pararam na marcação. Em seguida, aos 18 minutos, Fierro puxou contra-ataque e levantou nas costas da zaga para Paredes, que emendou de primeira, mas deu de canela e cedeu tiro de meta.

Uma chance de ouro para que o segundo gol saísse e a torcida respirasse aliviada veio aos 22, quando Dátolo enfiou na área, Luan foi tocado por Garcés, e o árbitro marcou pênalti. Entretanto, com direito a paradinha, Guilherme bateu no canto direito, o goleiro desviou e a bola ainda bateu na trave antes de voltar para jogo. Nenhum atleticano aproveitou o rebote.

Seria difícil o erro não mexer com jogadores e torcida do Galo, mas o time se manteve em cima em busca da classificação. Aos 27, Carlos cruzou da esquerda e Pratto, na linha da pequena área, cabeceou no canto, mas sem forças, e Garcés pegou. O atacante argentino alegou ter sido empurrado no momento em que finalizou.

Guilherme tinha tudo para ser o vilão da noite, mas a sorte lhe sorriu. E foi daqueles sorrisos largos. Aos 35 minutos, depois de cruzamento da direita, a bola ia saindo pela linha de fundo na esquerda, mas bateu na bandeirinha de escanteio e se manteve em jogo. O meia então dominou e virou para Rafael Carioca, que dominou, encheu o pé e acertou o ângulo esquerdo para fazer um golaço.

A angústia da torcida poderia ter acabado aos 44 minutos, em contra-ataque no qual Guilherme colocou Danilo Pires, que substituíra Luan, na cara do gol. Entretanto, o jovem meia, que poderia ter tocado para Prato marcar sem goleiro, preferiu chutar e praticamente recuou para Garcés.

Foi necessário, então, sofrer até o fim. O Colo-Colo partiu para o abafa e teve uma sequência de escanteios, mas os desperdiçou e foi eliminado na fase de grupos pela quinta vez seguida.

Ficha técnica:.

Atlético-MG: Victor; Patric, Jemerson, Edcarlos e Douglas Santos; Rafael Carioca, Dátolo, Luan (Danilo Pires) e Guilherme (Eduardo); Carlos (Maicosuel) e Pratto. Técnico: Levir Culpi.

Colo-Colo: Garcés; Rodríguez, Vilches e Cáceres; Luis Pavez (Flores), Barroso, Fierro, Baeza e Esteban Pavez; Vecchio (Carvallo) e Paredes. Técnico: Héctor Tapia.

Árbitro: Carlos Vera (Equador), auxiliado pelos compatriotas Christian Lescano e Carlos Herrera.

Cartões amarelos: Luan, Jemerson, Guilherme e Victor (Atlético-MG); Cáceres e Paredes (Colo-Colo).

Gols: Pratto e Rafael Carioca (Atlético-MG).

Estádio: Arena Independência, em Belo Horizonte.

EFE   
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