Governo admite necessidade de acelerar obras de alguns estádios para Copa
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, admitiu nesta terça-feira que é necessário acelerar as obras de alguns dos estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo de 2014, para que sejam concluídos a tempo.
Após o uso de seis dos estádios do Mundial na Copa das Confederações, em junho (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Fortaleza e Salvador), o país tem até dezembro para entregar os outros seis prometidos para a Copa do Mundo (São Paulo, Porto Alegre, Cuiabá, Curitiba, Manaus e Natal).
O prazo foi fixado pela Fifa, pois cada cidade necessita de pelo menos seis meses para testar os estádios e corrigir possíveis problemas antes do Mundial, que acontecerá em junho de 2014.
"Temos condições de cumprir todos os prazos, mas é preciso destacar que isso vai exigir um ritmo maior das obras em relação ao do presente momento", afirmou Rebelo em audiência no Senado.
Segundo o ministro, com exceção do estádio Itaquerão, em São Paulo, que já conta com mais de 80% das obras concluídas, "os outros estão com prazo mais apertado, inclusive o de Cuiabá, que está com 62% (das obras executadas)".
"É possível intensificar. Obras de engenharia como a construção dos estádios permitem a partir de um determinado nível o recebimento de um número maior de operários e engenheiros. Nas etapas iniciais, não é possível. Quando se está fazendo a fundação, é apenas fundação. A fase de concreto, é concreto. Mas depois dessas etapas concluídas você pode fazer coisas simultâneas e ter uma obra mais intensiva em equipamentos e trabalhadores", afirmou.
Rebelo disse ainda que o atraso pode gerar os problemas enfrentados por algumas cidades na Copa das Confederações, como dificuldades no acesso aos estádios e falhas no funcionamento de algumas instalações.
O ministro assegurou que as cidades-sede estão conseguindo completar as obras nos estádios a uma taxa de 3% por mês.
"Esse percentual precisa de acréscimo significativo, isso acende um sinal amarelo", disse.
O ministro argumentou que o Mundial é uma oportunidade que o Brasil tem para aproveitar suas capacidades e superar problemas históricos.
"Não vamos negar ou esconder. A Copa é uma grande oportunidade para o exercício de nossas virtudes e capacidades, mas ao mesmo tempo uma grande oportunidade para superar nossos problemas e limitações", afirmou.
Sobre as manifestações contra um uso exagerado de recursos públicos no Mundial e possíveis irregularidades, Rebelo alegou que os estádios não estão sendo construídos com dinheiro público e que diferentes estudos asseguram que as obras de infraestrutura visando a competição geraram 3,6 milhões de empregos.
Rebelo acrescentou que todos os investimentos do governo em obras para o Mundial são fiscalizados por diferentes órgãos, como o Tribunal de Contas da União, a CGU (Controladoria Geral da União) e o Ministério Público.