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Grózni faz festa para ex-jogadores brasileiros

8 mar 2011 - 12h28
(atualizado às 13h32)
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A febre do futebol invadiu a Chechênia, que recebe nesta terça-feira uma partida inédita entre ex-jogadores brasileiros campeões do mundo e uma seleção desta pequena república do Cáucaso, que já foi cenário de duas guerras violentas com a Rússia.

Apesar das autoridades locais terem anunciado a presença de jogadores campeões do mundo em 2002 - Ronaldo, Ronaldinho, Kaká -, a equipe brasileira será formada por atletas que conquistaram o título em 1994, como Romário, Bebeto, Dunga, Raí e Cafu - presente nos dois títulos.

Também estão presentes Denilson, campeão em 2002, e Élber, que não chegou a disputar nenhuma Copa. "Espero que o futebol brasileiro possa trazer um pouco de alegria", afirmou Raí ao desembarcar no aeroporto de Grózni, onde os craques brasileiros foram recebidos por centenas de fãs.

Um grande dispositivo de segurança foi mobilizado em Grózni para a partida, que será disputada no estádio do clube Terek Grozny (primeira divisão russa), cenário em 2004 de um atentado que matou o presidente checheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov.

A equipe chechena terá o reforço do alemão Lothar Matthaus, campeão do mundo em 1990. O jovem presidente e homem forte da Chechênia, Ramzan Kadyrov, será o capitão da equipe. Ele afirmou que os brasileiros não cobraram para jogar o amistoso. "Pagamento? Eles que se ofereceram para vir", declarou Kadyrov na segunda-feira.

Mas nem a população local parece acreditar na versão do presidente. "Vamos ganhar dos brasileiros. Kadyrov dirá "te dou 100.000 dólares e me deixa passar com a bola", ironizou um morador, que pediu anonimato, em referência à corrupção onipresente na Rússia.

"Queremos fazer uma festa para os torcedores russos", declarou Kadyrov, acusado pelas ONGs de não respeitar os direitos humanos, que está no poder desde 2007 e que foi confirmado para um mandato de cinco anos à frente da Chechênia pelo Kremlin.

Moscou permite ao presidente checheno de 34 anos uma relativa estabilidade e confia nele para conter a rebelião, que superou as fronteiras da Chechênia e em meados da década passada se tornou um movimento islamita armado ativo em todo o Cáucaso do Norte.

Apesar da instabilidade e do alto nível de desemprego nas pequenas repúblicas do Cáucaso, os gastos com futebol parecem não ter limite. Em janeiro, o Terek Grozny, quase rebaixado na temporada passada, contratou como técnico o holandês Ruud Gullit. No mês passado, o Anzhi Makhatchkala, do Daguestão, contratou o lateral brasileiro Roberto Carlos com o maior salário de um jogador no futebol russo.

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Foto: AFP
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