Havelange renuncia à presidência de honra da Fifa pelo caso ISL
O brasileiro João Havelange renunciou ao cargo de presidente de honra da Fifa, depois que o comitê de ética da entidade concluiu que ele recebeu subornos durante sua etapa como presidente.
O escândalo 'ISL' explodiu em 2012, quando o canal britânico BBC exibiu uma reportagem que afirmava que a empresa de marketing International Sports and Leisure (ISL) obteve os direitos para várias Copas do Mundo, antes da falência em 2001, pagando subornos a membros da Fifa.
O relatório, publicado nesta terça-feira pelo comitê independente de ética criado em julho de 2012 pela Fifa, conclui que Havelange recebeu "consideráveis quantidades", assim como Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, e o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação Sul-Americana (Conmebol).
Havelange, de 96 anos, renunciou ao cargo honorário em 18 de abril, enquanto Leoz, de 84, apresentou sua renúncia no dia 24.
A comissão de ética, no entanto, absolveu o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, de qualquer envolvimento no caso ISL.
"O comportamento do presidente Blatter de nenhum modo pode ser considerado incorreto a respeito das normas de ética", destaca o comitê sobre o dirigente suíço.
Blatter se mostrou satisfeito com a resolução em um comunicado publicado no site da Fifa.
"Chegou ao meu conhecimento o relatório do presidente do órgão de decisão da Comissão de Ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, sobre o caso ISL. Destaco em particular que o presidente indica, em suas conclusões, que a Comissão de Ética encerrou o caso ISL e que não é necessário abrir outros procedimentos contra outros funcionários do futebol", afirma.
"Para o comitê de ética, o caso ISL está encerrado", concluiu Eckert.