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Hulk abre o jogo ao L!Net: 'Foi um início tumultuado'

10 fev 2013 - 10h34
(atualizado às 11h03)
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A vida de Hulk mudou de forma radical no início da atual temporada europeia. Vendido pelo Porto, clube pelo qual era ídolo, ao Zenit por R$ 153 milhões, o atacante brasileiro enfrentou dificuldades e passou por episódios polêmicos em seu primeiro semestre no novo clube.

Hoje, adaptado, se sente ainda mais preparado para justificar o investimento feito pelos russos. Em entrevista ao LANCE!Net, o jogador fala também sobre Seleção e o sonho de disputar o Brasileirão. E deixa claro que passou uma borracha nas polêmicas com companheiros de clube, que reclamaram do seu alto salário.

Como é sua vida na Rússia?

Minha vida aqui é mais casa e concentração. Como já cheguei com o campeonato em andamento, tive pouco tempo para conhecer melhor a cidade (São Petersburgo). Mas sempre que tenho uma folga, saio com a minha família para conhecer alguns lugares.

Qual a avaliação que você faz do seu primeiro semestre pelo Zenit?

Cheguei no Zenit com a temporada em andamento. Com isso, não fiz a pré-temporada com o elenco e tive um desentrosamento natural. Tive dificuldades para me entrosar e me adaptar, mas agora é uma situação bem melhor. Estamos fazendo um período de treinos na Turquia (o Campeonato Russo só volta em março devido ao inverno rigoroso no país) e meu entrosamento hoje é muito melhor. Acredito que tenho tudo para fazer um segundo semestre muito melhor.

Veja algumas jogadas de Hulk

Esse período sem jogos pelo campeonato local ajuda ou prejudica o Zenit para a partida contra o Liverpool pela Liga Europa?

Quando ficamos sem jogar por um período é complicado. Mas, por outro lado, esse período de treinos e amistosos tem sido positivos. Estamos fazendo um trabalho forte na parte física e técnica. O Liverpool é um grande time, mas creio que o Zenit pode passar de fase.

Qual a principal diferença entre o futebol português e o russo?

Tem a parte climática, já que na Rússia faz mais frio. Além disso, é uma competição na qual os jogos são mais brigados. No Porto, por já me conhecerem, sempre me procuravam para eu finalizar, era um estilo de jogo mais rápido. No Zenit, talvez pelos jogadores não me conhecerem bem, a bola demora um pouco mais para chegar e o ritmo é mais lento. Mas há um entendimento maior do elenco ao meu estilo.

Além da adaptação, você enfrentou alguns episódios polêmicos em sua chegada, como a reclamação de um colega de elenco (Igor Denisov) sobre seu salário...

Foi um início tumultuado. Cheguei em um grande clube e esperava um bom ambiente para trabalhar. Infelizmente teve situações um pouco chatas. Mas vim para o Zenit para ajudar e não ser melhor do que ninguém. Quem me conhece sabe que gosto de treinar e trabalhar muito. Ainda bem que tudo foi superado e hoje o clima é bem melhor.

Outro episódio que chamou atenção foi sua insatisfação com o técnico Luciano Spaletti, por conta de várias substituições. Como está a relação hoje? Ele já entende sua maneira de jogar?

O Spaletti foi o cara que mais pediu a minha contratação. É um treinador que merece meu respeito, já que é um profissional que se preocupa com os jogadores. Naquele momento passei a ser substituído com frequência e eu não estava acostumado com essa situação. Fiquei chateado, mas depois conversamos e pedi desculpas. Não foi nada de anormal.

Por todas essas dificuldades iniciais que você enfrentou no Zenit, chegou a pensar em sair?

Não chegou a passar bem pela minha cabeça sair. Lógico que fiquei chateado com algumas coisas, mas sempre tive o objetivo de ficar aqui e fazer história. Foi assim por onde passei e aqui não quero que seja diferente. Isso já foi superado e agora penso somente em fazer o meu melhor.

RELEMBRE:

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A Rússia é um país com alguns casos de racismo. Você já sofreu algum ato? Acredita que o país vai estar preparado para sediar a Copa do Mundo de 2018?

Graças a Deus nunca presenciei nenhuma manifestação de racismo aqui. É uma situação muito chata, já que independente de ser branco, azul, preto ou vermelho somos todos iguais. Mas a Rússia está fazendo um grande trabalho de preparação para sediar o Mundial de 2018. Acredito que com uma grande seleção, eles têm até chances de serem campeões dentro de casa.

Você era chamado com frequência pelo Mano Menezes e também foi lembrado pelo Felipão. Qual sua avaliação dessa primeira convocação e o que pode mudar na Seleção com a chegada de um novo treinador?

Fico feliz pelo Felipão ter confiança em mim. Acredito que a chegada dele vai trazer mais experiência para os jogadores, pois ele já venceu uma Copa do Mundo. Tenho certeza que o Brasil vai chegar forte para o Mundial no ano que vem.

Hulk vem sendo convocado para a Seleção Brasileira com frequência (crédito: Mowa Press)

Como você avalia o retorno de jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Julio Cesar nesta nova fase da Seleção? Quais seriam seus concorrentes por uma vaga na lista da Copa do Mundo?

Acredito que o retorno desses jogadores é importante para ajudar o grupo. O Ronaldinho, por exemplo, é respeitado por onde passa, as pessoas já olham de outra maneira. Então, o retorno desses jogadores é para dar uma experiência ainda maior para o grupo. Sobre concorrentes, é uma situação bem complicada para o treinador. Independente de quem esteja disputando uma vaga comigo, vou procurar fazer o meu máximo para realizar meu sonho de disputar o Mundial.

Qual sua expectativa para a Copa das Confederações? É o teste final para o Brasil antes da Copa?

É uma competição que não se pode comparar com toda a atmosfera de uma Copa do Mundo. Por outro lado, é o que mais se aproxima daquilo que teremos aqui no Brasil em 2014. Será um grande passo para todo o elenco chegar bem no Mundial. Se Deus quiser, vamos conquistar o hexacampeonato jogando em casa.

E sobre posição em campo? Qual é a sua preferência?

Não tenho muito essa de escolher posição. Mas a que estou mais habituado e prefiro é vindo de trás ou atuando pelas pontas. Estou sempre pronto para ajudar.

Você saiu muito cedo do Brasil. Pensa em atuar por aqui algum dia? Tem vontade de atuar por algum clube em especial?

Claro que existe a possibilidade, mas só no futuro. Mesmo assim, tenho muita de vontade de atuar no meu país, já que saí muito cedo. E atualmente o Campeonato Brasileiro é um dos mais disputados do mundo. Sobre o time, todo mundo sabe que tenho um carinho pelo Palmeiras, não sei se pela cor verde do Hulk, mas é um time que sempre gostei desde criança. Mas não significa que eu queira jogar lá. Qualquer clube que venha a defender um dia no Brasil, vou dar o meu melhor.

Fonte: Lancepress! Lancepress!
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