PUBLICIDADE

Campeonato Alemão

Quaresma, a volta por cima da eterna promessa

20 abr 2015 - 17h18
(atualizado às 17h18)
Compartilhar
Exibir comentários

Revelado no Sporting junto com Cristiano Ronaldo, o português Ricardo Quaresma nunca conseguiu chegar ao patamar do ex-companheiro, apesar do grande talento, mas está tendo, aos 31 anos, mais uma oportunidade de fazer história, com a camisa do Porto.

Na semana passada, o camisa 7 dos 'Dragões' foi o carrasco do poderoso Bayern de Munique ao anotar dois gols em menos de dez minutos, ajudando o time a vencer por 3 a 1 na partida de ida das quartas de final da Liga dos Campeões.

Diante de um gigante bávaro obrigado a atacar com a faca entre os dentes para reverter a situação, Quaresma é a aposta do Porto para matar o confronto com sua qualidade técnica e sua velocidade nos contra-ataques.

Em grande fase, o meia anotou cinco gols nos últimos três jogos, dobrando seu total da temporada.

Muito irregular, o luso não chegava à marca de dez gols desde a temporada de 2010-2011, quando anotou 11 com o Besiktas, da Turquia, repetindo o total de 2007-2008, na sua primeira passagem no Porto.

"Neste momento, estou jogando mais, então a confiança e o talento estão reaparecendo", comentou Quaresma, que ganhou mais espaço com a lesão do jovem espanhol Cristian Tello, emprestado pelo Barcelona.

Depois de amargar o banco de reservas por muito tempo, ele deixou de lado o papel de coadjuvante para virar protagonista da grande campanha na Champions, para a alegria da torcida, que manteve muito carinho por este jogador fora dos padrões.

Contra o Bayern, fez jus aos apelidos de 'Harry Potter', pela magia que tem nos pés, ou de 'Mustang', pela velocidade das suas arrancadas.

Com a seleção portuguesa, ele raramente é titular, mas vem mostrando que pode ser decisivo quando sai do banco, como aconteceu recentemente contra a Dinamarca e a Armênia, pelas eliminatórias da Eurocopa.

"O futebol evolui, ou você muda também, ou se deixa levar. Eu precisei mudar", reconheceu o português de origem cigana, tão conhecido pelos chutes de trivela, sua marca registrada, quanto pelo ego inflado.

Neste último quesito, ele é até parecido com Cristiano Ronaldo, mas o craque do Real Madrid pode justificar a marra com um currículo invejável.

Amigos inseparáveis desde a adolescência, os dois estrearam juntos como profissionais, em 2001, com o Sporting. No ano seguinte, a dupla de ouro levou os Leões de Lisboa aos títulos no Campeonato nacional e na Taça de Portugal, antes de serem vendidos para ajudar a resolver os problemas financeiros do clube.

Cristiano foi para o Manchester United, enquanto Quaresma, dois anos mais velho que o companheiros, foi contratado pelo Barcelona.

CR7 não demorou para ser tornar ídolo dos 'Red Devils', mas seu colega não conseguiu se firmar na Catalunha. Marcou apenas um gol na temporada 2003-2004 e retornou à 'terrinha' para jogar no Porto, com o qual se sagrou campeão mundial em 2004.

Em 2008, o meia tentou novamente a sorte fora do seu país, na Inter de Milão, então comandada por José Mourinho, que convenceu os dirigentes do clube 'nerazzurro' a desembolsar 24,6 milhões de euros para contratá-lo.

Faltava Quaresma convencer a exigente torcida da Inter, o que não aconteceu. Com estigma de 'fominha', o luso levou o indesejável prêmio de 'bidone d´oro' (lixeira de ouro), que coroa a maior decepção do 'Calcio'.

A conquista da 'tríplice coroa' de 2010 consta no seu currículo, mas o meia praticamente não foi utilizado por 'Mou'. Criticado publicamente pelo treinador, foi emprestado ao Chelsea e só voltou a se destacar em 2011, com a camisa do Besiktas.

Acabou deixando o clube turco por conta de um conflito com os dirigentes, teve uma passagem no Al-Ahly, dos Emirados Unidos, e voltou ao Porto de graça, em janeiro.

Um custo-benefício imbatível, ainda mais com a nova volta por cima da eterna promessa do futebol português.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade