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Copa da Rússia

Blatter acusa políticos de intervirem na escolha do Catar

5 jul 2015 - 10h47
(atualizado às 15h48)
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A novela da suspeita de corrupção nas escolhas das sedes da Copa do Mundo ganhou mais um capítulo na manhã deste domingo. Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, acusou os ex-presidentes de França e Alemanha, Nicolas Sarkozy e Christian Wulff, respectivamente, de exercerem pressão política sobre os representantes dos países com voto na entidade máxima do futebol para que o Catar fosse escolhido como sede do Mundial 2022.

"Houve duas intervenções políticas. Sarkozy e Wulff tentaram influenciar os votos dos delegados. É por isso que agora teremos a Copa do Mundo no Catar. Aqueles que tomaram essa decisão precisam assumir as responsabilidades por isso. A maioria dos votos foi para o Catar e tive que aceitar", disse o suíço.

Chefe do Estado francês na época da votação, Sarkozy teria se reunido com o compatriota Michel Platini, que tem direito ao voto na Fifa por presidir a Uefa. Platini admitiu o encontro com o ex-presidente e não escondeu que Sarkozy tinha interesses na escolha do país árabe, mas defendeu que o político jamais pediu que direcionasse o voto.

Presidente da Fifa acusou ex-presidentes da Alemanha e Françapor escolha de sede no Oriente Médio
Presidente da Fifa acusou ex-presidentes da Alemanha e Françapor escolha de sede no Oriente Médio
Foto: Philipp Schmidli / Getty Images

Wulff teve uma conversa parecida com Theo Zwanziger, então presidente da Federação Alemã de Futebol, em que deixou claro o desejo de ver o Catar como sede. Porém, Theo disse que os interesses do ex-presidente não tiveram influência na escolha do voto. Blatter também acusa Wulff de tentar interferir no voto de Franz Beckenbauer. O presidente honorário do Bayern de Munique jamais revelou a opção, mas o político negou envolvimento com a polêmica logo após a renúncia, em 2012.

Para Blatter, os interesses econômicos do ex-governante alemão estão envolvidos diretamente com as empreiteiras nacionais que estão no Catar para a construção dos estádios e da infraestrutura necessária para receber o Mundial e exploram os operários.

"A Deutsche Bahn, a Hochtief e muitas outras empresas alemãs já tinham projetos em andamento no Catar antes mesmo do país ser indicado para sediar o Mundial e não fizeram nada para melhorar as condições de vida dos trabalhadores. Já a Fifa sempre lutou pela melhoria dessas condições", completou o presidente. 

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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