Clássicos, canhotos e leais: veja dupla alemã que honra Beckenbauer
- Dassler Marques
- Direto de Varsóvia (Polônia)
Mats Hummels chega à semifinal da Eurocopa, nesta quinta-feira contra a Itália, às 15h45 (de Brasília) no Estádio Nacional de Varsóvia, sem nenhuma falta cometida no torneio. Provável melhor zagueiro da competição, o alemão do Borussia Dortmund tem 360 minutos de lealdade na Euro. Seu companheiro de defesa, Holger Badstuber, cometeu duas faltas na abertura contra Portugal e depois seguiu o exemplo de Hummels. A classe do trio Khedira-Schweinsteiger-Özil chegou também ao miolo de zaga da Alemanha.
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Hummels e Badstuber, canhotos, clássicos e leais, estão entre os cinco zagueiros com melhor aproveitamento de passe da Eurocopa e, ainda que a média de quatro gols sofridos em quatro jogos seja excessiva para um time de aspirações tão grandes, têm dado conta do recado. "Nossos zagueiros estão preparados para enfrentar a Itália. Ambos têm grande qualidade, Cassano e Balotelli (atacantes italianos) também, mas eles farão um grande trabalho", confiou Löw.
A ascensão de Hummels, 24 anos, e a afirmação de Badstuber são mais dois méritos da seleção alemã no torneio. Dispensado do Bayern de Munique nos juniores, Mats foi o principal jogador do Borussia Dortmund nos últimos dois títulos nacionais. Sua técnica e segurança impressionam tanto quanto a capacidade de se expressar: filho de uma jornalista de um rádio em Munique, Hummels também é visto como clássico pela facilidade em dar entrevistas, o que não o impediu de agir de forma descontrolada antes da Eurocopa.
Entre os alemães, a dúvida era porque ele não jogava, na seleção, o mesmo futebol do Dortmund. O defensor se mostrou aborrecido após saber que poderia perder o lugar no time para Per Mertesacker, às vésperas da Euro, após perder por 5 a 3 para a Suíça. Entre a experiência de Mertesacker, titular desde 2006, e a classe de Hummels, Löw deu um voto de confiança ao jovem e certamente não se arrependeu. Fundamental na saída de bola, Mats ainda aparece como elemento surpresa e já flertou com o gol algumas vezes.
"Viemos da mesma academia, mas éramos de anos diferentes. Ele era meio-campista e eu era zagueiro. É um jogador muito prático, temos em comum o bom passe. Acho que o melhor está por vir", afirmou Holger Badstuber recentemente. Aos 23 anos, ele foi uma aposta quase pessoal de Louis Van Gaal na temporada 2009/10 do Bayern de Munique. Mesmo que tenha se firmado como titular e assumido essa posição na seleção para a Copa 2010, só mesmo nos últimos meses é que sua segurança virou quase unanimidade.
Afirmado como um dos principais zagueiros da Europa depois de uma temporada intocável com Boateng na zaga do Bayern, ele mesmo admitiu momentos ruins. "No último ano dei um passo à frente internacionalmente. Contribuí para a temporada do meu clube e acho que vivo o melhor momento em dois anos. Sei que isso pode mudar em um segundo, então tento manter a bola embaixo", metaforizou.
Com duplas de zaga apenas regulares em suas seleções que são fortes desde 2006, a Alemanha enfim encontrou em Hummels e Badstuber um par que pode honrar Beckenbauer e Schwarzenbeck, os clássicos defensores do país nos títulos da Eurocopa 72 e Copa 74. "A importância dos defensores cresceu muito para o time. Se espera mais do que carrinhos ou desarmes. Hummels e eu fazemos as transições, construímos o jogo a partir da defesa", explicou o defensor do Bayern.
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