Justiça da Espanha aceita denúncia sobre contratação de Neymar
O juiz espanhol Pablo Ruz aceitou nesta quarta-feira ação contra o presidente do Barcelona, Sandro Rossell, pelo suposto crime de apropriação indébita na contratação do atacante Neymar. "Tudo o que foi indicado anteriormente leva a estimar a priori como verossímil a classificação dos fatos relatados na denúncia... como constitutivos de um possível crime de apropriação indébita do artigo 252 do Código Penal", disse o juiz na decisão.
Neymar foi o principal reforço do time catalão para a atual temporada, e o clube afirmou ter investido 57,1 milhões de euros (cerca de R$ 182 milhões) para contratar o brasileiro. No entanto, os detalhes do contrato são cercados de mistério, e um sócio do clube, Jordi Cases, apresentou a denúncia por não ter recebido do Barcelona informações solicitadas.
O clube catalão pode ter pago um total de 95 milhões de euros (R$ 303 milhões). Existem documentos assinado desde novembro de 2011, que incluem comissões para a família de Neymar, e que até agora não tinham aparecido, além de dinheiros para uma empresa do pai do jogador. De acordo com o jornal El Mundo, uma manobra para camuflar os reais valores da transferência.
O Ministério Público espanhol pediu neste mês uma investigação sobre o pagamento de 40 milhões de euros (R$ 128 milhões) a uma empresa do pai de Neymar. Agora, o juiz acatou o processo e solicitou informações à Fifa, a Neymar, ao Santos e ao Barcelona, assim como um relatório de especialistas da Deloitte, a empresa que elaborou as auditorias sobre as contas do clube.
Por enquanto, o juiz não convocou Rossell. O dirigente nega irregularidade e se ofereceu a testemunhar perante o juiz, para não ter que revelar cláusulas de confidencialidade que outras pessoas o pediram para assinar.