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Santos se sente enganado por Neymar, diz representante

2 fev 2016 - 11h01
(atualizado às 14h00)
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A representante do Santos, Fátima Cristina Bonassa, afirmou nesta terça-feira, na Audiência Nacional espanhola, que o clube se sente enganado por Neymar, após a divulgação de que a transferência do atleta para o Barcelona não custou apenas 17,1 milhões de euros (R$ 74,5 milhões, em valores atuais).

Em depoimento que durou seis horas, comandado pelo juiz José de la Mata, a brasileira, que necessitou de intérprete, afirmou acreditar que Neymar era totalmente consciente dos detalhes da operação, já que era maior de idade em 2013, conforme contaram à Agência Efe, fontes ligadas ao processo.

Bonassa lembrou que, no Brasil, de acordo com a Lei Pelé, o clube precisa ter a autorização do atleta para negociá-lo, e que Neymar insistiu que queria ir para o Barcelona, o que forçou o Santos a aceitar os 17,1 milhões de euros oferecidos pelo clube espanhol.

Neymar atuou profissionalmente no Santos entre 2009 e 2013
Neymar atuou profissionalmente no Santos entre 2009 e 2013
Foto: Gazeta Press

A representante explicou que, ao tomar conhecimento da primeira investigação da Audiência Nacional espanhola sobre toda a negocição, que indicou o verdadeiro valor pago pelos 'blaugranas', a diretoria do Santos entendeu a motivação do atleta ir querer se transferir para o Barça e não a outro clube.

Além do montante referente a contratação de Neymar, o Santos cobrou outros 7,9 milhões de euros ao Barcelona pela prioridade em três atletas da base, que ainda não foram negociados, e mais 9 milhões de euros pela realização de dois jogos amistosos.

Toda a operação é investigada pelo juiz De la Mata e pela promotoria espanhola, que suspeitam que todo o acordo tenha sido fictício, inclusive, porque o Santos está sendo acusado como pessoa jurídica, a partir de denúncia do fundo de investimento DIS, que tinha parte dos direitos econômicos do atacante brasileiro.

Neymar está intimado a prestar depoimento nesta terça-feira na Audiência Nacional. O jogador, a princípio, terá que estar no tribunal às 14h (horário de Brasília), na condição de investigado por crimes de corrupção entre pessoas físicas e fraude.

Hoje, o pai e a mãe do atleta também deveriam comparecer a Audiência Nacional, mas ambos solicitaram falar no Brasil, assim como Odílio Rodrigues e Luis Álvaro Oliveira, ex-presidentes do Santos, que tinham sessão marcada para ontem.

Ontem, presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e o antecessor, Sandro Rosell, ficaram em silêncio, alegando que não responderiam as perguntas do promotor José Perals, nem do juiz José de la Mata, pois já teriam se explicado no decorrer do processo em que foram acusados de crime fiscal, que também incluiria a aquisição do brasileiro, no meio de 2013.

EFE   
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