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Copa do Rei

Mourinho deixa o Real em baixa e amarga primeiro 'fracasso' da carreira

20 mai 2013 - 18h04
(atualizado às 18h07)
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Acostumado a deixar clubes no auge, o técnico português José Mourinho sairá do Real Madrid no fim da atual temporada com fortes tensões no vestiário e sem ter conseguido alcançar seu maior objetivo, a conquista do décimo título do clube na Liga dos Campeões.

Em três anos, "The Special One" (O Especial, como se auto intitulou quando estava no comando do Chelsea), levantou 'apenas' três troféus, a Copa do Rei em 2011, o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha em 2012.

Na sua última temporada à frente da equipe, o português de 50 anos amargou os vice-campeonatos da Liga Espanhola e da Copa do Rei, além de ter visto seu time ser eliminado pelo Borussia Dortmund nas semifinais da 'Champions'.

Após a derrota por 2 a 1 para o Atlético de Madri na final da Copa do Rei, na última sexta-feira, o próprio Mourinho reconheceu que esta tinha sido "a pior temporada" da sua carreira.

No seu estilo característico, o luso não perdeu a oportunidade de demostrar sua famosa empáfia ao disparar: "O que para muitos seria uma ótima temporada, para mim é a pior".

Contestado pela torcida e por vários jogadores importantes da própria equipe, Mourinho está de fato numa posição bem menos favorável do que em 2010, quando deixou a Inter de Milão após a histórica conquista da 'tríplice coroa' (Liga dos Campeões, Copa da Itália e Campeonato Italiano).

Nas três temporadas em que o português esteve à frente do Real, o clube foi eliminado nas semifinais da 'Champions'.

"Antes da minha chegada, o time não era mais cabeça de chave na Liga dos Campeões e não chegava às semifinais desde 2003", lembrou Mourinho recentemente para rebater as críticas.

Apesar de não ter conseguido conquistar a 'Taça Orelhuda', o luso pode se orgulhar de ter se tornado o terceiro técnico da história (após o italiano Giuseppe Trapattoni e o austríaco Ernst Happel) a ser campeão nacional em quatro países diferentes da Europa (Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha).

Mourinho viveu seu melhor momento no Real na temporada passada, quando conquistou a Liga Espanhola ao bater o recorde de pontos (100) e de gols marcados (121).

Depois disso, 'The Special One', porém, não conseguiu dar sequência ao enfrentar problemas de relacionamento com a maioria dos jogadores do elenco.

Mourinho, que sempre foi muito querido dos seus atletas nos outros clubes pelos quais passou, acabou não resistindo à pressão e perdeu a queda de braço com aqueles que queriam sua saída.

Em janeiro, o jornal espanhol Marca chegou a revelar que os espanhóis Iker Casillas e Sergio Ramos teriam ameaçado o presidente Florentino Pérez de deixar o clube se o português permanecesse à frente da equipe na próxima temporada.

Casillas, capitão e ídolo da torcida, perdeu a vaga de goleiro titular para o recém-contratado Diego López, o que deixou outros atletas revoltados, inclusive o brasileiro naturalizado português Pepe, que era considerado um dos poucos apoios do treinador dentro da equipe.

O treinador também tem um relacionamento complicado com o brasileiro Kaká, que, além de sofrer repetidas lesões desde sua chegada, em 2009, nunca conseguiu a confiança do português.

Mourinho também foi criticado pela torcida por causa de algumas opções táticas.

Na partida de ida das semifinais da Liga dos Campeões contra o Borussia Dortmund, o treinador posicionou o meia alemão Mesut Ozil na direita e deixou com o croata Luka Modric a responsabilidade de articular as jogadas.

Perdido em campo, Ozil rendeu abaixo do esperado e o time espanhol sofreu uma humilhante goleada de 4 a 1.

Vaiado nas últimas vezes em que comandou a equipe no estádio Santiago Bernabéu, Mourinho também perdeu o apoio do presidente Florentino Pérez, que pode ter se sentido ofuscado pela personalidade do treinador português e fez questão de mostrar que manda no clube a pouco menos de um mês de concorrer à reeleição.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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