Presidente do maior clube romeno é condenado a 2 anos de prisão

20 mai 2013 - 16h16

O romeno Gigi Becali, presidente do Steaua Bucareste, maior campeão do país, e o ex-ministro da Defesa Victor Babiuc foram condenados nesta segunda-feira a dois anos de prisão num caso de corrupção e abuso de poder envolvendo troca ilegal de terrenos.

Becali, conhecido pela truculência, chegou a declarar recentemente que "nunca contrataria um jogador homossexual".

Na madrugada desta segunda-feira, ele foi preso pela polícia romena no aeroporto de Bucareste quando estava tentando fugir para Israel.

A Alta Corte de Justiça da Romênia condenou o dirigente por "cumplicidade de abuso de poder" e Victor Babiuc e outro ex-funcionário do Ministério da Justiça por "abuso de poder".

Eles foram considerados culpados pela troca ilegal de dois terrenos entre 1996 e 1999, em uma fraude que teria gerado um prejuízo de 892.000 dólares para o Estado romeno, avaliaram os procuradores encarregados do caso.

Becali, que foi deputado europeu pelo partido de centro-esquerda que está hoje no poder na Romênia, já havia sido condenado em fevereiro a três anos de prisão com liberdade condicional por sequestro.

De acordo com a lei romena, réus condenados a várias penas devem cumprir a mais longa. Por isso, o dirigente pode ficar três anos preso.

Becali e Babiuc sempre negaram qualquer envolvimento no caso.

Após tomar conhecimento da sentença, Becali anunciou que pretendia apresentar um recurso à Corte Europeia dos Direitos Humanos.

"Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer. Destruir uma família assim por causa de uma troca de terrenos. Isto é o país de Cristo? Não, é o país do diabo", declarou o dirigente na frente dos jornalistas que o aguardavam na saída do tribunal.

Recordista de títulos nacionais, o Steaua sagrou-se campeão romeno pela 24º vez da sua história nesta temporada.

O clube viveu seu auge no final dos anos oitenta, quando conquistou a Copa dos Campeões (versão antiga da 'Champions') em 1986 e foi vice-campeão em 1989.