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Campeonato Francês

Platini critica Blatter, mas desiste de se candidatar à presidência da Fifa

28 ago 2014 - 07h42
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O ex-craque francês Michel Platini, presidente da Uefa, anunciou nesta quinta-feira em Mônaco que não pretende se candidatar à presidência à Fifa, apesar de deixar claro que "não apoia" o suíço Joseph Blatter, que deve buscar um quinto mandato à frente da entidade.

"É a escolha do coração, da paixão. Sou candidato para mais um mandato na Uefa, mas não me candidato à presidência da Fifa", afirmou o dirigente de 59 anos.

Platini era considerado a única séria ameaça a Blatter, de 78 anos, que está à frente da Fifa desde 1998.

"Não é o momento certo, a minha hora ainda não chegou. Pensei muito, mas não consegui me convencer", afirmou o lendário camisa 10, que levou a seleção francesa à conquista da Eurocopa-1984 e a duas semifinais de Copa do Mundo (1982 e 1986), além de ser eleito três vezes melhor jogador do mundo, quando jogava pela Juventus.

"Joseph Blatter ainda não é oficialmente candidato, mas acho que ele vai em busca de um novo mandato. Ajudei ele em 1998, 2002, 2007, chegou a me pedir ajuda também em 2011. Acho que vai se candidatar novamente em 2015, mas não terá meu apoio, porque a Fifa, na minha opinião, precisa de um novo fôlego", criticou o francês, que em março tinha afirmado que sabia que era "a única pessoa que pode derrotar Blatter".

À frente da Uefa, Platini sempre priorizou uma visão mais democrática do futebol, tentando dar espaço a pequenos clubes e países contra as grandes potências, o que também ajuda a conseguir votos.

O ex-meia da Juve acabou com o G14, uma união dos principais clubes europeus, que queriam criar uma liga fechada, e abriu a Liga dos Campeões para países de menor tradição, introduzindo também o 'fair-play' financeiro (um clube não pode gastar mais do que arrecada), o que contribui para a redução das dívidas de alguns clubes.

Jérôme Champagne, ex-vice-secretário geral da Fifa, foi o primeiro a apresentar candidatura para a presidência da entidade, mas, no papel, não tem chances de vencer. O ex-diplomata francês já afirmou que sairá da disputa se Blatter concorrer à reeleição.

No último congresso da Fifa, realizado em São Paulo às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, o suíço deu a entender que pretendia disputar o quinto mandato.

"Sei que meu mandato termina em maio do ano que vem, mas minha missão não terminou. Juntos, construiremos a nova Fifa e estou pronto para acompanhá-los no futuro", tinha afirmado o cartola.

Por mais que tenha desistido de se candidatar contra ele, Platini não perdeu a oportunidade de criticar Blatter.

O francês alfinetou o suíço sobre a questão do uso da tecnologia para a arbitragem, um dos principais pontos de divergência entre os dois.

Platini sempre foi contra, enquanto Blatter se rendeu ao uso da tecnologia recentemente. O suíço chegou a até a declarar no último congresso da Fifa que era a favor de deixar aos técnicos a possibilidade de contestar uma decisão de arbitragem ao pedir a análise do vídeo da jogada, como acontece na NFL, por exemplo.

"Sepp (diminutivo de Joseph Blatter) comunica muito, mas não tenho certeza que ele realmente acredite no que está falando. Antes, dizia que era contra a tecnologia, quer mostrar hoje que é um homem moderno, mas acho que, no fundo, ele é contra isso tudo", alfinetou o presidente da Uefa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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