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Campeonato Francês

Real e PSG ensaiam queda de braço por Ancelotti para salvar as aparências

21 mai 2013 - 17h37
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A saída do italiano Carlo Ancelotti do Paris Saint-Germain para o Real Madrid parece inevitável, mas tanto o técnico quanto os dois clubes estão se mostrando muito cautelosos nas suas declarações para evitar qualquer dano em termos de imagem.

De um lado, o Real, que prefere não ser visto como um clube que quer desrespeitar o contrato do treinador de uma equipe rival, do outro o 'novo rico' PSG, que quer ser respeitado e mostrar que já faz parte da nata do futebol europeu.

No meio, Ancelotti "pediu para sair" no último domingo, mas quer deixar o time parisiense pela porta da frente.

O próprio Leonardo, diretor de futebol do PSG, resumiu muito bem a situação: "O Real entrou em contato com Carlo e começou a dança das cadeiras dos treinadores", afirmou o brasileiro na segunda-feira.

A expectativa é de que Ancelotti seja o substituto do português José Mourinho, que teve sua saída confirmada pelo Real na segunda-feira. 'Mou' estaria perto de acertar sua volta para o Chelsea, do qual já foi treinador de 2004 a 2007, no lugar de Benítez, que seria justamente um dos nomes cotados para assumir o PSG.

O clube da capital francesa, porém, teria como prioridade a contratação de outro italiano para o cargo de Ancelotti, Fabio Capello, hoje técnico da seleção russa.

O presidente do PSG, o catariano Nasser al-Khelaïfi, que na semana passada parecia negar qualquer possibilidade de deixar Ancelotti sair, mudou de tom recentemente. O catariano chegou a afirmar que a saída do técnico "não seria um problema" e mostrou-se "disposto a negociar para que tudo acabe bem".

O dirigente, contudo, deixou claro que o Real precisaria 'comprar' o último ano de contrato do italiano, o custaria 7,5 milhões de euros aos cofres espanhóis.

Em 2010, os 'Merengues' já haviam desembolsado oito milhões para tirar Mourinho da Inter de Milão. Os parisienses não parecem dispostos a romper o contrato com Ancelotti de forma amigável, o que o Real acabou fazendo com o português.

Leonardo afirmou inclusive que ainda pretende convencer o italiano a "mudar de ideia".

Por isso Ancelotti declarou publicamente no último domingo que estava disposto a sair, enviando um sinal claro a Florentino Pérez, presidente do Real. Pessoas próximas ao italiano deixaram entender que o técnico não confiava mais em Leonardo nem em al-Khelaïfi.

Pérez fez questão de colocar panos quentes na segunda-feira durante a coletiva de imprensa na qual anunciou a saída de Mourinho.

"Tenho o maior respeito pelo PSG e pelo seu presidente. O nosso diretor geral foi a Paris para discutir a possibilidade da contratação de Carlo Ancelotti, mas recebemos uma resposta negativa. De qualquer forma, não temos apenas uma opção para o cargo, em duas, nem três, temos muito mais", explicou.

Pouco disposto a pagar os 7,5 milhões de euros exigidos pelo PSG, o Real cogitaria incluir jogadores na transação.

O sonho de consumo dos parisienses é ninguém menos que o maior craque 'merengue', o português Cristiano Ronaldo, que tem contrato até 2015 com multa rescisória de um bilhão de euros, valor que beira o irracional, até para os ricos cofres catarianos.

No entanto, o Real também pode seduzir o PSG com os argentinos Di Maria e Higuaín.

Por CR7 os parisienses estariam dispostos a pagar 100 milhões de euros aos espanhóis e um salário de 18 milhões por ano ao jogador.

Há apenas um ponto no qual os dois times parecem concordar: não há tempo a perder para tomar uma decisão final. O técnico precisa assumir suas funções o quanto antes para iniciar os trabalhos para a próxima temporada.

Para Pérez, o anúncio de um novo treinador com grande respaldo internacional é crucial na hora de concorrer à reeleição em junho.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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